ARTIGO - JUAZEIRO DA BAHIA: A SUA VIOLÊNCIA NÃO É COISA DO ACASO!

Os homicídios ocorridos na aconchegante cidade de Juazeiro assusta a cidadania local e repercute na sua região e até fora dela, é motivo de preocupação, e, cabe análise científica. A cidade sede do Município de Juazeiro teve e tem um crescimento populacional acelerado por um processo migratório regional, lhe proporcionando sim, desenvolvimento econômico, em proporções superiores às do seu desenvolvimento social.

A população vinda de municípios dos seus arredores, seja do Estado do Pernambuco (Microrregião formada por 10 municípios), seja da região Norte do Estado da Bahia, Território Sertão do São Francisco (10 municípios) – considere-se, ainda, que Juazeiro fica na Região Nordeste do país, uma das mais desassistidas do ponto de vista social, e historicamente.

Pode se ver que grande parte da população juazeirense, influenciada pela “debandada” regional, supracitada, é composta de criaturas humanas, absolutamente vitimadas socialmente pela cultura “coronelista” do passado, e, até do presente: tem baixa e até nenhuma escolaridade; uma parte foi à escola com método de ensino atrasado e sem a mínima condição física adequada para se dá aula; uma economia acanhada; e, um Sistema Político básico de pequena visão de futuro, e baixíssimo compromisso com a promoção dos Direitos Sociais, pelas Políticas Públicas que poderiam manter, pelo menos, os serviços básicos de responsabilidade de cada Prefeitura.

Ou seja. Os assassinatos de hoje, são, lamentavelmente, reflexos objetivos do tratamento violento de ontem!... As violências mais diversas, apenas como exemplo, estão por aqui também – a população de Sento-Sé tem andado assombrada com sucessivos crime bárbaros, e, sem se falar nos outros tipos de violências que grande parte da sociedade é vítima, outra parte não consegue interpretá-las, muito menos indigna-se com tantos descasos provocados por um modelo de organização social, onde se é ensinado a querer ser cidadão, e nem a não se ter pelo menos o básico, inclusive a vergonha.

Laurenço Aguiar – Cidadão de Sento-Sé