Os investimentos para garantir a atenção que a ciência exige a todos os bens arqueológicos encobertos no caminho dos canais e infraestruturas do Projeto de Integração do Rio São Francisco, no sertão brasileiro, ganharam um reforço de R$ 2,3 milhões. Os recursos foram destinados ao aparelhamento de laboratórios da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) e do Instituto Nacional de Arqueologia, Paleontologia e Ambiente do Semiárido (Inapas), todos eles voltados a pesquisas arqueológicas na área de atuação do projeto.
O aporte de recursos permitiu a aquisição de equipamentos para análise especializada nos laboratórios de vestígio lítico, de cerâmica, registros rupestres, paleontologia do Quaternário, geoarqueologia e também na área de processamento de dados. Outra parte do investimento foi utilizada para incrementar as atividades de campo e do laboratório de energia nuclear, com equipamentos específicos que reforçam a precisão de dados coletados pelas equipes.
Foram adquiridos scanners especiais, microscópios, câmeras digitais de alta resolução e computadores para o processamento de imagens e com grande capacidade de armazenamento de dados. Os equipamentos têm uso específico. O laboratório de registros rupestres, por exemplo, recebeu escâneres laser que estão vinculados a receptores de GPS e estações totais; são dispositivos topográficos de precisão usados para o georreferenciamento das capturas feitas por eles. Todos os itens beneficiam instituições públicas e federais.
Os pesquisadores que atuam no Projeto São Francisco são membros da Fumdham e do Inapas, que integra os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os vestígios patrimoniais coletados em campo são objeto de pesquisa para os pesquisadores e para estudantes da área de arqueologia, paleontologia e ambiente do semiárido.
Segurança hídrica e ações ambientais
O Projeto de Integração do Rio São Francisco é a maior obra de infraestrutura para segurança hídrica em construção no país. Dividida em dois eixos, Norte e Leste, possui canais, reservatórios, estações de bombeamento e outras infraestruturas ao longo de 477 quilômetros nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. O empreendimento de R$ 8,2 bilhões é feito em concreto e ferro, mas tem uma visão contemporânea de respeito aos cidadãos que tiveram de ser reassentados, das populações tradicionais, da fauna, da flora e dos bens arqueológicos. São 38 programas ambientais executados ou em execução, que representam um total de investimento de aproximadamente R$ 1 bilhão, incluído no orçamento global do projeto.
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