Airson Lócio foi um profissional com origens no trabalho da Secretaria da Fazenda e chegou a ser Secretário da Agricultura de Pernambuco, no governo de Roberto Magalhães. Depois ele foi um grande parceiro como Presidente da Codevasf, das causas e dos anseios da população do semiárido. Tanto das pessoas do sequeiro como das pessoas da área irrigada.
Ele fez uma espécie de "dobradinha", uma parceria muito bonita com o deputado Osvaldo Coelho. Osvaldo tinha o prestígio, junto aos presidentes, aos ministros, conseguia os recursos, alocava na Codevasf, e Lócio, com sua motivada equipe, fazia com que aqueles recursos, aquelas emendas, se transformassem em obras.
A gente não consegue contar os inúmeros abastecimentos d'água, poços, poços amazonas, barragens, estradas, eletrificação rural, todos feitos quando Airson Lócio era presidente da Codevasf. Outro grande parceiro seu, que também já se foi, era Hildo Diniz, que durante muito tempo ficou como superintendente sob a gestão de Lócio, assim como o Dr. José Novaes.
Nesse período existia - e eu posso dizer isso com muito saudosismo - uma engrenagem que funcionava muito bem: Osvaldo Coelho, deputado, com seu prestígio; Lócio, na presidência da Codevasf, na gestão dos recursos; Hildo, atuando diretamente na realização dos projetos; e, não podemos esquecer de falar, de Dr. Antônio Simões, assessor animado com as causas do semiárido, sempre com um pensamento à frente, e da Dr. Maria Clara, assessora sempre atenta em Brasília para não perder os prazos dos recursos das emendas. Lócio, com sua equipe, foi quem alavancou e deixou praticamente pronta as obras do Projeto Pontal que aí estão, infelizmente, paralisadas.
Mas Lócio era polivalente e fazia de tudo. Na minha primeira campanha política para prefeito de Petrolina, em 1988, não existia o guia eleitoral de televisão como temos hoje. Só tinha rádio. Lembro que passávamos as madrugadas, depois dos comícios, gravando o gui eleitoral. Lócio é quem fazia o programa de rádio, que gravava, que perguntava, que dava as ideias.
Essa é a imagem que guardamos de Lócio: um sentimento de saudade, do homem que era de Bodocó, do semiárido, um sertanejo. Ele tinha esse orgulho de dizer que era daqui. Um homem de posição firma, muito bem casado com Luci, que teve os filhos Fernando, Flávio, Kátia, Ricardo, Rodolfo – inclusive papai [Osvaldo] foi padrinho de Ricardo.
E eu não queria deixar de falar isso em meu nome, eu nome da minha mãe, Anamaria, de todas as minhas irmãs: Patrícia, Carol, Aninha, Josinha, Ana Amélia, porque nós éramos muito próximos: ele frequentava nossa casa, e a gente frequentava a dele.
Assim registro a saudade deixada por um grande técnico, grande homem, que foi Airson Locio, cuja história se mistura com o semiárido do Brasil.
Por Guilherme Coelho, amigo e admirador de Airson Lócio
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