ESPAÇO DO LEITOR: O GOLPE E A GLOBO PLIM PLIM POR PLIM PLIM...

Por Gilberto Santana

Ver e ouvir a Rede Globo de manipulação em sua campanha de combate a corrupção, é equivalente a ouvir uma palestra de Suzane Richthofen de como se deve amar e honrar pai e mãe.  A promoção midiática do já réu no STF, Eduardo Cunha, que mais se assemelha a um Fernandinho Beira Mar ensinando combate às drogas e a Marcola lutando contra o crime organizado.

Quem viveu e estudou sabe que o golpe de 1964 foi tratado pelos vitoriosos de então como “Revolução”. A rede globo de manipulação não se cansou de saudar, entusiasmadamente, a “Revolução”. A mesma imprensa golpista que hoje se empenha no golpe fez a mesma coisa: era a “Revolução”. Ainda que estejamos no cultural dia da mentira, hoje primeiro de Abril, que para mídia golpista dura uma vida inteira, é bom registrar que não há mentira que sobreviva indefinidamente na história de um país. Sumiu do ar a palavra Revolução. Até a Globo, em algum momento, teve que reformular seu vocabulário. Nem os Marinhos chamam hoje o golpe de 1964 de Revolução. Triunfe ou não o assalto da plutocracia da FIESP à democracia, a história registrará o episódio da mesma forma que ocorreu em 1964: como um golpe.

O golpe que chamam de impeachment representa, de um lado, a inconformidade da oposição, da mídia, de parcela do empresariado e de setores da classe média com o resultado da eleição presidencial de 2014, e, de outro, o ressentimento do presidente da Câmara, que acolheu uma peça de conteúdo eminentemente político e desprovida de fundamento porque não caracteriza crime de responsabilidade, único argumento capaz de justificar o afastamento da chefe do Poder Executivo.

Esse processo, mantido e manutenido pelo ódio de classe que busca afastar da Presidência da República um partido e uma governante, é um verdadeiro golpe e precisa ser contestado e denunciado. Não se pode – pelo simples fato de discordar das propostas e ações governamentais ou porque o governo tem baixa popularidade momentânea – processar e cassar um mandato respaldado por mais de 54 milhões de votos.

A Globo golpista, o PIG e a elite brasileira dominante tem poder tremendo no país, mas raramente usa esse poder para questionar o Judiciário. Todos os 'vazamentos seletivos' feitos por Moro e pela polícia federal foram cuidadosamente publicados e repetidos.

E há graves acusações por corrupção contra altos chefes do PSDB, inclusive contra Aécio Neves e contra o presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha... o mesmo que, agora, conduz o processo de impeachment contra Dilma. Mas a imprensa golpista absolutamente não se interessou por levantar qualquer discussão que envolva esses chefes.

Em nosso país, toda a imprensa/mídia comercial é controlada por oligarcas. Sempre houve, desde o primeiro mandato de Lula em 2003 – desde de 1989 a Globo golpeia contra Lula –, guerra declarada ao projeto que priorize o povo, pelas empresas da imprensa comercial no Brasil.

Com Dilma Rousseff, a guerra tornou-se ainda mais suja. O massacre contra os governos petistas sempre foi comandado pelo Grupo Globo, que inclui dúzias de jornais, revistas, canais de TV e websites. O conglomerado, que tem monopólio quase total sobre noticiário, entretenimento, futebol e carnaval, sempre, historicamente, foi anti-PT. O grupo também apoiou ativamente o golpe militar de 1964 e cresceu, com lucros gigantes, durante os 21 anos do governo dos militares.

A velha direita neoliberal, mídia comercial, Judiciário conservador, lobistas das petroleiras, elite branca e grupos de direita, com ajuda abundante que vem de fora do país, reuniram-se em gangue para derrubar o governo do Brasil. E a Globo auxilia na mobilização, a coisa está sendo feita de modo a fazer crer que teria havido um levante popular contra regime corrupto.

No aniversário do golpe militar de 64 e no dia da mentira, os parabéns são para a rede globo, são mais de 50 anos de golpe e de mentira. Plim plim.