Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", a jornalista Miriam Dutra, que até 31 de dezembro do ano passado foi colaboradora da TV Globo por 35 anos, faz denúncias contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e comenta o relacionamento extraconjugal que manteve com ele entre os anos de 1985 e 1991. Segundo Miriam disse ao jornal, a empresa Brasif Exportação e Importação, concessionária à época das lojas duty free nos aeroportos brasileiros, ajudou o ex-presidente a enviar dinheiro para ela entre 2002 e 2006.
A jornalista vive no exterior desde 1991. A transferência, segundo ela, foi feita por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho. Segundo tal contrato, que a "Folha" publica, a jornalista teria de fazer análise de mercado em lojas convencionais e de duty free. Miriam admite ao jornal, porém, que jamais pisou em uma loja para trabalhar. Mesmo assim, recebia a quantia de US$ 3 mil mensais. Miriam disse que precisou desse dinheiro quando teve uma redução salarial na TV Globo, em 2002, passando a ganhar US$ 4 mil. A jornalista diz que o dinheiro que recebia da Brasif saía do bolso do ex-presidente, que teria depositado US$ 100 mil na conta da Brasif.
Jonas Barcelos, dono da Brasif, não negou ao jornal o acerto, mas diz não se lembrar dos detalhes e pediu tempo para pesquisar. Pela primeira vez, Miriam Dutra fala de seu filho Tomás, que, até 2011, Fernando Henrique Cardoso acreditava ser dele. Em 2009, o ex-presidente declarou à "Folha" que, naquele ano, reconheceu a paternidade do rapaz e disse que sempre cuidara dele. Em 2011, porém, dois testes de DNA revelaram que o filho não era dele. À época, Fernando Henrique disse também à Folha que, mesmo sabendo que não era o pai biológico de Tomás, não mudaria seu relacionamento com ele. Miriam Dutra nega que Fernando Henrique tenha reconhecido Tomás.
Questionada pela "Folha" sobre os exames de DNA, Miriam Dutra gargalhou e disse: “É óbvio que é dele”. Questionada se o ex-presidente havia forjado o exame, ela afirmou: "Não estou afirmando nada, mas tudo me parece muito estranho. Além do mais, uma mulher sabe quem é o pai". Na entrevista à "Folha", Miriam revela que, em 1991, decidiu por vontade própria sair do país e ir trabalhar em Portugal. Ela afirma, sem especificar o ano, que quando estava em Barcelona decidiu voltar para o Brasil, mas não lhe permitiram. Explicou que o pedido partiu de Antônio Carlos Magalhães e do filho dele Luís Eduardo Magalhães, ambos já falecidos. Na entrevista, Miriam Dutra diz que Fernando Henrique Cardoso tem contas no exterior e pergunta por que nunca ninguém as investigou. E revela que em 2015 o ex-presidente deu a Tomás um apartamento de 200 mil euros.
FHC nega e diz que enviou recursos legalmente por contas declaradas ao IR
Em nota enviada à "Folha de S.Paulo", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso negou que tenha utilizado a empresa Brasif S/A Exportação e Importação para enviar ao exterior recursos para a jornalista Miriam Dutra e Tomás. Fernando Henrique afirma que mantém contas no exterior e que de fato presenteou Tomás com o apartamento mencionado por Miriam. Acrescenta, porém, que os recursos enviados a Tomás provêm de rendas legítimas em contas legais declaradas ao Imposto de Renda. Citou que os recursos saíram de contas no Banco do Brasil, em Nova York e Miami, do Novo Banco, em Madri, e de contas em bancos do Brasil.
Explicou que o repasse de recursos para que Tomas comprasse um apartamento foi feito por meio de transferências de sua conta bancária no Bradesco, com o conhecimento do Banco Central Brasileiro. Repetiu que, mesmo diante de dois testes de DNA negativos provando que ele não era o pai biológico de Tomás, procurou manter as mesmas relações afetivas e materiais com o Tomás.
Em nota enviada à TV Globo, o ex-presidente acrescentou que, em relação aos exames de DNA, sempre se dispôs a fazer qualquer outro teste que os interessados julgassem conveniente. Disse ainda que, após os resultados dos dois testes, continuou a pagar matrícula e sustento de Tomás em prestigiada universidade americana. Da mesma forma, doou a ele recentemente, além do apartamento, recursos para fazer os estudos de mestrado. Sobre o contrato fictício de trabalho que Miriam Dutra afirma ter assinado, Fernando Henrique disse que se trata de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual, afirma, não tem condições de se manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários.
G1 (Foto: Reprodução/ TV Globo)
7 comentários
18 de Feb / 2016 às 22h04
SE FOSSE LULA,A MIIDIA ESTARIA DIA E NOITE FALANDO. E RENAN RESPONDE POR CASO SEMELHANTE
19 de Feb / 2016 às 08h12
Geraldo, já imaginou FHC E LULA preso na mesma. Imagino a conversa" o meu partido rouba mais e melhor, o meu vc nem imagina"Kkkkkkk
19 de Feb / 2016 às 08h30
E ELE QUE CHAMOU OS BRASILEIROS QUE SE APOSENTAVA CEDO DE VAGABUNDO E AI ISSO QUE É PAPEL DE VAGABUNDO E CORRUPTO.
19 de Feb / 2016 às 09h28
E se apertar sai mais coisa. O engraçado da politica e que ninguém fala nada quando esta se beneficiando. mas quando chega perto das eleições todo mundo fala,ele tava roubando isso aquilo.
19 de Feb / 2016 às 09h54
Renato, não esqueça que Lula também tinha uma "amiga íntima". É o sujo e o mal lavado.
19 de Feb / 2016 às 13h24
e os coxinhas para defender O PAINHO FHC. ESSA QUADRILHA COM FHC, AEIO, SERRA VAI CAIR. HAHAAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHA
19 de Feb / 2016 às 15h18
Lula deixou de investigar as falcatruas do tucanato e agora é investigado sem dó nem piedade. A privataria tucana foi responsável por gordas comissões e fraudes na venda das estatais, sobretudo das "teles". Os programas de demissões voluntárias foram uma cortina de fumaça para esconder as mordomias, o engavetamento de denúncias e das roubalheiras no BB, BNDES, Petrobrás e outras. Políticos do PT e do PSDB morreram e suas mortes continuam sem explicações ou soluções. Até mesmo no fatídico governo Collor o caso PC Farias continua envolto em mistérios. Nada mais me surpreende. Qual será a próxima denúncia? Qual será a próxima vítima? Qual será o próximo governo? Definitivamente não temos santos no país, salvo, é claro, o nosso "padim padi ciço".