Este ano, entre os dias 21 a 24, a organização do Carnaval de Juazeiro valorizou mais uma vez os sanfoneiros. Silas França, acompanhou Bell Marques (sempre Chiclete com Banana) e Luiz Caldas contou a história da música brasileira, trio elétrico e carnaval.
O sanfoneiro, compositor e cantor, Targino Gondim puxou a sanfona, discípulo de Luiz Gonzaga cantou o mestre naquele que foi na minha opinião, a melhor apresentação do evento.
Em tempos de tanta música ruim, onde a porcaria musical impera, foi uma riqueza ouvir Targino Gondim e sua sanfona. Cabe aqui citar que a identidade cultural no mundo globalizado é fator de atração turística. O forró, baião, xaxado sempre será um fator de desenvolvimento econômico e social.
Louvável a atitude da Prefeitura de Juazeiro-Bahia ter na programação sanfoneiros. Meu incentivo para que todos os eventos isto seja repetido na busca de repensar as relações entre cultura e discurso oficial. A atitude foi um exercício da cidadania cultural.
Luiz Gonzaga, diga-se, poucos sabem, na década de 40 e 50 derrubava todas as atitudes já "cristalizadas" pelo tempo e puxava sua sanfona em pleno carnaval. Em 1947 o maior sucesso do carnaval foi "Quer ir mais eu?", frevo regravado até os dias de hoje.
Também na sanfona de Luiz Gonzaga foram gravados para o carnaval "Bia no Frevo", Ao Mestre Capiba, Arrasta Frevo.
No carnaval da Bahia, décade de 80, o Brasil e o mundo tomou conhecimento do primeiro forró trio eletrizado: "Instrumento Bom", autoria de Morais Moreira na voz de Luiz Gonzaga, gravado com Trio Eletrico de Armandinho, Dôdo e Osmar. O Brasil canta até hoje...
Portanto, Targino Gondim, Luiz Gonzaga e o trio eletrico podem e devem ser considerados arte, show espetacular e é necessário criar uma expectativa de reorganização da política cultural, mesmo com a descrença no aparelhamento público(o Estado ainda é necessário quando a serviço da coletividade).
Tenho dito: Viva o Nordeste. Viva o carnaval com sanfona!Viva o forró!
*Ney Vital-Jornalista, pesquisador. Apresentador do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga.
6 comentários
26 de Jan / 2016 às 06h35
Totalmente de acordo, carnaval é mistura de todos os ritmos,festa multifacetada.
26 de Jan / 2016 às 06h37
Totalmente de acordo, carnaval é mistura de todos os ritmos,festa multifacetada.
26 de Jan / 2016 às 08h04
Prezado Geraldo Jose, a cultura de Luiz Gonzaga sempre será uma referencia. Ouvimos as considerações de Luiz Caldas e chegamos a conclusao: a musica brasileira é muito rica.
26 de Jan / 2016 às 08h06
Prezado Geraldo Jose, Plenamente lúcido o artigo. O carnaval é um estado de espirito. Salve a musica brasileira.
26 de Jan / 2016 às 11h23
O nordeste como um todo deveria adotar esta postura, e não deixar estas bandas, que só tem no repertorio safadeza, com certeza seria bem melhor.
26 de Jan / 2016 às 11h47
O Carnaval virou meio-de-ganhar-de-vida, um grande mercado: Cervejarias, empresários, artistas, estrutura de palcos. Principalmente envolvidos com o Poder Público (um envolvimento, digamos, peligroso). O Povo virou apenas um mero detalhe. Mega investimentos, tudo pelo DINHEIRO, daí caiu o nível cultura. ALEGRIA? SÓ DA CONTAGEM DO DINHEIRO NO FINAL DA FESTA. Eles contam o dinheiro o município conta os prejuízos, recursos importantes, escasos e que faltam para toda sorte de carência das cidades (Juazeiro não nada em dinheiro, em recuros sobrando, a cidade é um verdadeiro LIXO).