Os moradores do bairro Dom José Rodrigues, localizado na periferia de Juazeiro (BA), realizarão protesto nesta sexta-feira (15), a partir das 9h da manhã, na porta do Colégio Estadual Misael Aguilar Silva (CEMAS), contra à extinção da escola, anunciada aos professores e funcionários na última terça-feira (12), pelo Núcleo Regional de Educação 10, antiga Direc 15.
Pais, alunos, professores e funcionários não aceitam a justificativa utilizada pela Secretaria de Educação da Bahia para o fechamento do Cemas, que tem apenas nove anos, e que será extinto para que o Colégio Estadual Antonilio da França Cardoso, que cedeu seu prédio para a Prefeitura Municipal de Juazeiro, funcione no prédio do Misael Aguilar. Assim, a prefeitura utilizará o prédio cedido pelo estado para ofertar o Ensino Fundamental I e Fundamental II e o prédio do atual Cemas será cedido para o Colégio Estadual Antonílio da França Cardoso, que ofertará o Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
Apesar do NRE 10 ter afirmado que a oferta de vagas no bairro não será comprometida com a extinção de uma escola do estado e alegar que o Cemas tem um número reduzido de alunos em relação ao Antonilio, à comunidade, principalmente pais e estudantes, não aceitam que uma escola do estado seja fechada para atender aos desejos da Secretaria Municipal, principalmente porque o estado tem pregado a ideia de democratização das escolas, mas na hora de tomar decisões importantes negligencia a opinião e a participação da comunidade, que só ficou sabendo essa semana. “Há muito tempo o município quer um prédio no Dom José Rodrigues. Então, porque ele não construiu um? Quero ver se ele vai consegui suprir a demanda dos alunos do Fundamental II quando o novo residencial for inaugurado esse ano no bairro”, afirmou Andressa Carvalho, aluna do 1º ano do Ensino Médio-Cemas.
Incluem-se entre as queixas da população, o fato de que a secretaria municipal utilizará o mesmo prédio para ofertar o Fundamental I e II, pois são dois níveis muito distintos, se levarmos em consideração a faixa etária dos alunos do Fundamental II, já que com a distorção idade série, comum nas escolas públicas, existem alunos com idades entre 12 e 17 anos nesse nível de ensino.
Além disso, há uma preocupação com a super lotação das salas de aula, pois serão apenas duas escolas e uma delas ainda ofertará o Ensino Médio e outra o Fundamental I, limitando o número de salas para o Fundamental II, já que as escolas atendem estudantes do bairro Dom José Rodrigues, Malhada da Areia, Morrão, Juazeiro V, Pedro Raimundo e Residencial São Francisco. Sem contar que há previsão de inauguração, ainda em 2016, do Residencial Mairi, que são mais de 1.000 casas a serem entregues pelo Minha Casa, Minha Vida, ou seja, são mais de mil famílias que precisarão de escola. E nesse caso, a prefeitura atenderá a demanda e construirá um novo prédio? Será quem em vez de contribuir para a extinção de uma escola, o município não deveria construir o seu prédio para junto com o estado oferecer mais opções de escola, garantindo educação de qualidade?
Vale ressaltar, que a extinção do Cemas também prejudicará muitos profissionais que ficarão excedidos, principalmente professores. Apesar de não serem demitidos, por serem concursados, com a união dos docentes do Cemas e do Antonilio, há grande possibilidade de muitos professores ficarem excedidos, já que o prédio só possui oito salas de aula construídas, para 40 professores efetivos.
Por isso, convidamos líderes políticos, imprensa e a toda a população juazeirense, solidária com a nossa causa, a fortalecer o movimento nesta sexta-feira (15). Estamos lutando pela garantia de uma educação de qualidade e com a ideia de que “escolas devem ser construídas e não fechadas”.
Ascom tá por Dentro?
Rádio e Jornal Escolar do Cemas
8 comentários
15 de Jan / 2016 às 06h16
Povo, não seja massa de manobra! Os professores estão manipulando vocês. A comunidade continuará de ser atendida no próprio bairro. Portanto, não inventem problema, ele não existe.
15 de Jan / 2016 às 08h44
Escola não se fecha,precisamos é abrir mais. O colegio em tela foi uma luta nossa como deputado,produto de várias reuniões com a comunidade e a presença da secretâria de educação do Estado Dirleny Mendonça. Vamos procurar esclarecer melhor a questão,estaremos ao lado da comunidade como sempre fizemos
15 de Jan / 2016 às 10h01
A maioria dos professores do CEMAS não estavam lecionando, pois quase não tinhas alunos, a maioria das salas estavam vazias.
15 de Jan / 2016 às 11h12
Ótima decisão do Estado. Além de utilizar a capacidade total do prédio, que hoje não tinha 300 alunos, de quebra ainda vai reparar o erro de homenagear um Sr. que nada fez pela educação de nossa cidade! PS. O assessor Pedro Alcântara está contra uma decisão que está beneficiando a prefeitura municipal? "É isso mesmo produção?" rs
15 de Jan / 2016 às 11h21
Então você está assumindo que ESTADO está sendo irresponsável colocando professores em uma escola sem alunos??? Pelo amor de Deus, se informe minha senhora. FECHAR ESCOLA É CRIME...A comunidade do Bairro Dom José Rodrigues Lutou muito para construir o CEMAS, e merecem respeito. VAMOS A LUTA. SOU ALUNO DO CEMAS E TODOS NÓS VAMOS LUTAR PELA NOSSA ESCOLA. COMUNIDADE UNIDA JAMAIS SERÁ VENCIDA!! #FICAADICA O CEMAS está sempre presente em todos os eventos da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, e no ano letivo 2015 ficamos classificados em todos os projetos estrututantes.
15 de Jan / 2016 às 11h32
Primeiro, não estamos lutando apenas pelo Cemas. Estamos lutando para garantir educação de qualidade para a periferia de Juazeiro. Enquanto vice-diretora e professora do Cemas, conhecendo a realidade da nossa escola, afirmo que todos os professores aqui lotados executaram a carga horária no ano letivo de 2015, conforme estatuto do magistério. De oito salas funcionavam sete. Nós temos alunos sim e garantimos a eles todos os dias letivos com qualidade. Convido você a acessar nossa rede social FACEBOOK e lá você verá todas as atividades desenvolvidas pela escola, que preza por uma educação dialógica, participativa e significativa para nossos alunos. Temos excelentes projetos e profissionais!E, diferente de muitas escolas estaduais, estamos sempre participando dos projetos desenvolvidos pela Secretaria de Educação e pelos projetos federais. De fato tínhamos um número reduzido de alunos em relação ao outro colégio do estado, também lotado no bairro, mas muitos alunos em uma escola, também pode significar super lotação em outra . E quem garante uma boa educação em salas superlotadas?O que lutamos aqui é para que se garanta que nenhuma escola seja extinta. Não estamos lutando contra o Antonilio. Estamos tentando garantir que as duas escolas funcionem e que o estado dê para as duas escolas os mesmos benefícios, afinal, se você não sabe, quem determina quais turmas devem ser abertas na escola é o reordenamento. Então, porque o Estado nunca se preocupou em equilibrar a quantidade de alunos das duas escolas? Então, é muito fácil falar de outro lugar e não viver a nossa realidade. E é lamentável que alguém seja a favor do fechamento de uma escola simplesmente pelas justificativas que estão sendo dadas. E pela demanda de alunos que procuram as duas escolas, quero saber o que município fará para atendê-la, pois o público maior no bairro é do Ensino Fundamental II, sem contar que mais de 1.000 casas serão entregues no Residencial que está sendo construído no fundo do Residencial São Francisco, já existente.. E também me desperta curiosidade saber como o município irá colocar no mesmo prédio alunos do fundamental I e II, já que são dois níveis diferentes e com as faixas etárias gritantes de um para o outro.
15 de Jan / 2016 às 12h46
Muito me admira o descaso da Gestão Municipal (prefeito, secretários e vereadores) do município de Juazeiro, em não dar a devida atenção à comunidade escolar do CEMAS - Colégio Estadual Misael Aguilar Silva e não fazer uma análise aprofundada do bairro D. José Rodrigues e dos bairros adjacentes que também preenchem a demanda do colégio. Mas a lógica da gestão é simples: Retirar o nome do CEMAS (é ÓBVIO que além de indignação do Prefeito Vaqueiro, tem outros jogos de de interesses políticos) transferindo o prédio para o Colégio Estadual Antonílio da França Cardoso, e o prédio desse será cedido para o município. Por que o município não constrói sua própria Escola na comunidade? Não é a gestão que toda sexta-feira inaugura uma obra? Precisamos avaliar melhor nossos políticos e gestores, pessoal. Precisamos perceber que fechar uma Escola num bairro carente e periférico é retirar o direito da juventude de ocupar o ambiente escolar. As justificativas esfarrapadas que não há demanda para ocupar o CEMAS, nada mais é que a irresponsabilidade do próprio Núcleo Regional de Educação 10 (NRE 10), antiga Direc 15 em desenvolver mecanismos e propostas que pensem na permanência do estudante e no crescimento da educação, do Colégio. Há uma preocupação com a superlotação das salas de aula, pois serão apenas duas escolas, e uma delas ainda ofertará o Ensino Médio e outra o Fundamental I, limitando o número de salas para o Fundamental II, já que as escolas atendem estudantes do bairro Dom José Rodrigues, Malhada da Areia, Morrão, Juazeiro V, Pedro Raimundo e Residencial São Francisco. Sem contar que há previsão de inauguração, ainda em 2016, do Residencial Mairi, com mais de 1.000 unidades a serem entregues pelo Programa ‘Minha Casa, Minha Vida’. Ou seja, são mais de mil famílias que precisarão de escola. Vale ressaltar que a extinção do Cemas também prejudicará muitos profissionais, principalmente professores. Apesar de não serem demitidos por serem concursados, com a união dos docentes do Cemas e do Antonilio há grande possibilidade de muitos professores ficarem excedidos, já que o prédio só possui oito salas de aula construídas, para 40 professores efetivos. Com a palavra, os governos estadual e municipal. Pedimos apoio de toda a comunidade Juazeirense, Movimentos Sociais, Comunidade do Bairro D. José Rodrigues e de todos bairros adjacentes, além das/dos estudantes e tod@s profissionais da Educação que compreendem que fechar uma escola é uma perda imensurável para a vida de um indivíduo. ?#?LevanteSePeloCEMAS?
16 de Jan / 2016 às 00h40
A educação deve ser tratada com respeito e analisada de maneira tal que faça acontecer o progresso da comunidade escolar. Fica claro na extinção de uma escola interesses quaisquer outros que não educacionais.O CEMAS hoje tem identidade cultural que se destaca no bairro e não poderia ter seu direito de existir tão duramente desrespeitado.