O avanço da febre oropouche entrou no radar das preocupações do Ministério da Saúde.
Isso porque não se restringe mais à Região Amazônica: chegou a 22 estados e ultrapassou 11 mil casos até a semana epidemiológica 50, entre os dias 8 e 14 de dezembro — a quarta morte deste ano foi confirmada em Vitória (ES), no dia 10 passado.
Apenas Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul não registraram transmissão local (autóctone).
Desde 2023, o Brasil enfrenta um aumento significativo na detecção de casos da doença, que é causada por um arbovírus (vírus transmitido por mosquitos) chamado orthobunyavirus oropoucheense (OROV). Transmitido aos seres humanos principalmente pela picada do Culicoides paraensis — conhecido como "maruim" ou "mosquito-pólvora" —, esse vírus foi detectado no Brasil na década de 1960, a partir de amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado à época da construção da rodovia Belém-Brasília.
De acordo com a pasta, o quadro clínico é agudo e evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça) prolongada e intensa, mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são considerados sintomas, que duram de dois a sete dias. Parte dos casos pode apresentar gravidade e óbitos têm sido relacionados a doença.
Até agora, quatro mortes foram confirmadas pelo Ministério da Saúde — duas na Bahia, uma no Paraná e a mais recente no Espírito Santo. Outras quatro estão em investigação, com suspeitas reportadas no Espírito Santo, em Alagoas, no Mato Grosso e no Acre.
Correio Braziliense Foto Conselho Federal de Famarcia
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