Restaurando a Caatinga: NEMA da Univasf é destaque em reportagem da revista 'Pesquisa FAPESP'

O Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA), situado no Campus de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), tem se destacado por suas contribuições significativas na recuperação da biodiversidade vegetal da Caatinga, bioma mais representativo no semiárido brasileiro.

Em reportagem recente da revista Pesquisa FAPESP, o biólogo e professor da Univasf Renato Garcia Rodrigues, coordenador do NEMA, enfatizou a importância de restaurar o solo para o sucesso da revegetação. 

"Para recuperar a vegetação na Caatinga, temos de recuperar o solo. Não adianta plantar em solo ruim, duro e seco, como o de um estacionamento", enfatiza o coordenador do NEMA, Renato Garcia, na reportagem. Desde 2016, o NEMA, sob sua liderança, desenvolve e implementa métodos de baixo custo para restaurar áreas degradadas ao longo de 2 mil ha às margens dos canais de transposição do Rio São Francisco. Essas iniciativas, realizadas em parceria com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), incluem a identificação de espécies nativas adaptadas às condições locais e a criação de núcleos de aceleração de regeneração natural.

Uma das estratégias adotadas pelo NEMA é a dispersão de sementes de espécies pioneiras, como a mata-pasto (Senna uniflora), herbácea com flores amarelas, que formam uma cobertura vegetal capaz de enriquecer o solo e facilitar o desenvolvimento de outras plantas ao ajudar na retenção de água. Além disso, o plantio de árvores nativas em agrupamentos estratégicos tem apresentado taxas de sobrevivência maiores que 90% para algumas espécies, o que demonstra a eficácia dos métodos empregados.  

Até o momento, foram plantadas mais de 45 mil árvores pioneiras e cerca de 9.200 secundárias no Eixo Leste, além de mais de 44 mil pioneiras e 32 mil secundárias no Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco. O plantio está previsto para ser concluído em três anos. Os resultados apresentados pelos pesquisadores do NEMA, que identificaram 26 espécies nativas adequadas para a restauração de áreas degradadas, foram detalhados em um artigo publicado na Journal of Applied Ecology em março de 2023.

Essas ações do NEMA não apenas promovem a recuperação ecológica da Caatinga, mas também contribuem para a sustentabilidade ambiental e o bem-estar das comunidades locais, reforçando a relevância das pesquisas e trabalhos desenvolvidos pelo núcleo. A reportagem completa pode ser conferida pelo link a seguir: https://revistapesquisa.fapesp.br/cuidados-com-solo-e-vegetacao-recuperam-vitalidade-da-caatinga/ 

Assessoria de comunicação/Cemafauna/Univasf