Primavera deve ser mais quente e mais seca

A primavera começa às 9h44 deste domingo (22), com a ocorrência do equinócio, e se estende até 6h20 de 21 de dezembro, quando terá início o verão. Em Pernambuco, a estação é marcada por ser mais quente e mais seca.

Para a primavera deste ano, a previsão da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) é de temperaturas acima da média climatológica e chuvas abaixo do histórico no Estado.

De acordo com a meteorologista da Apac Aparecida Fernandes, a primavera é caracterizada por ser um período de menor ocorrência de chuvas em Pernambuco, principalmente no Sertão. As temperaturas também começam a subir.

"Os meses mais quentes aqui no Litoral são os meses do verão (dezembro, janeiro, fevereiro), mas no Sertão são os meses da primavera (outubro, novembro, dezembro)", explica a meteorologista.

A meteorologista também explica que, por ser um período mais quente e seco, a umidade relativa do ar também é mais baixa. O aumento da temperatura, acrescenta Aparecida, é algo que vem acontecendo com o decorrer dos anos, principalmente por conta do aquecimento global. 

"A gente tem observado que as temperaturas também vão aumentando. Temos um valor médio das temperaturas máximas, mas a gente sabe que essas temperaturas vão aumentando com os anos", completa Aparecida Fernandes, acrescentando que as temperaturas no Sertão podem se aproximar dos 40ºC durante a estação.

"A gente ainda tem as madrugadas frias, amanhece com um friozinho, mas a tendência é que com o passar dos meses isso vai esquentando mais".

Segundo a Apac, para o trimestre outubro-novembro-dezembro, a climatologia indica 144,6 mm de chuva na Região Metropolitana do Recife (RMR), 91,3 mm na Zona da Mata, 63,2 mm no Agreste e 82,7 mm no Sertão — nas três primeiras regiões, é o período de três meses mais seco do ano.

Algumas cidades de Pernambuco estão em situação de emergência por conta da estiagem.

Esta semana, o governo federal publicou decretos reconhecendo o status em seis municípios do Estado: Afrânio, Caruaru, Jatobá, Petrolina, Petrolândia e Santa Cruz — o que torna o acesso a recursos para combater os problemas causados pela seca menos burocrático.

Dados do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostram que, em Pernambuco, devido às anomalias negativas de precipitação e à piora nos indicadores nos últimos meses, houve a intensificação da seca no oeste, que passou de fraca (S0) para seca moderada (S1).

Pelos mesmos motivos, houve o avanço da seca fraca (S0) no sul, bem como houve o surgimento de uma área com seca fraca (S0) numa área pequena no norte do Estado. Os impactos são de curto prazo (C) em todo o Estado.

Por conta do início da primavera, acrescenta Aparecida Fernandes, a tendência é que essas áreas de estiagem aumentem no Estado nos próximos meses.

"As primeiras pancadas de chuvas começam no final de novembro, mas não são suficientes para melhorar essa estiagem. Então, a tendência é que o número de municípios em estado de emergência aumente também", completa a meteorologista.

Em todo o Brasil, há mais de 600 cidades em situação de emergência por conta da estiagem. Em Pernambuco, são mais de 100 — nem todas com o decreto federal.

Inmet-O prognóstico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também indica condições favoráveis para o predomínio de chuva abaixo da média climatológica em grande parte da região Nordeste, bem como para temperaturas acima da média.

"Climatologicamente, o período chuvoso da faixa leste da Região Nordeste chega ao fim, portanto, nos próximos meses os volumes previstos serão mais baixos nesta área, exceto no sudeste da Bahia, onde há possibilidade de chuva próxima ou acima da média", afirma comunicado emitido pelo Inmet.

Folha PE