"O Brasil poderia ter mais equipamentos públicos, para que as pessoas pudessem ter mais acesso", diz atleta medalhista na França

Pela primeira vez na história, o Brasil ganha medalha por equipes na ginástica artística. Nos últimos 50 anos, só seis países conseguiram o feito: Rússia (a maior campeã), EUA, Romênia, China, Alemanha Oriental e Grã-Bretanha, essa com um único bronze em Tóquio-2020.

O quinteto formado por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira fez história em Paris-202 ao levar o Brasil à medalha de bronze na final por equipes da ginástica artística. 

Após conquistarem a prata no Mundial do ano passado, elas seguem escrevendo grandes capítulos para o esporte nacional. A REDEGN destacou que a atleta Flávia Andrade tem raízes familiares em Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga. Veja aqui Com raízes da terra de Luiz Gonzaga, Jogos Olímpicos de Paris, tem o ritmo da atleta Flávia Saraiva.

Detalhe: Pouco antes de garantir a histórica medalha de bronze por equipes, Flávia Saraiva sofreu um corte na sobrancelha durante o aquecimento antes da final por equipes da ginástica. A brasileira fazia o aquecimento nas barras assimétricas, caiu e machucou a região perto do olho direito.

A equipe vai dividir um prêmio de R$ 280 mil, destinado a equipes entre 2 a 6 atletas. O valor foi estabelecido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Especialistas em esportes, comentam que ssim como Rebeca Andrade, Flávia Saraiva é uma das mais completas do time, também classificada para a final do individual geral — em Paris, o Brasil registrou seu melhor desempenho olímpico em número de finais, com sete classificações.

Aos 24 anos, Flavinha, como é conhecida, vem de um bronze no solo no Mundial-2023. Domingo, acabou cometendo falha na trave e solo, aparelhos que tinha potencial. Deixou a Bercy Arena aos prantos.

Típica representante da Geração Z, Flavinha faz sucesso nas redes sociais. Não tivesse sido uma famosa ginasta, ela teria escolhido a medicina. Mas desde muito criança a aptidão para o esporte era visível. Não nos ginásios, mas nas brincadeiras. Ela aprimorou o equilíbrio nas escaladas nas goiabeiras e nas piruetas dadas nos galhos das árvores. 

O pensamento de Rebeca Andrade é de que políticas públicas esportivas somadas ao incentivo dos familiares e ao esforço dos jovens atletas são fundamentais para que surjam novas Rebecas. "O jovem vai começar a aproveitar aquela oportunidade porque é algo que muda a vida dele. Se é o sonho dele, tem de acreditar que ele é capaz de realizá-lo", enfatizou.

"É difícil porque não é como se fosse uma fórmula. Poderíamos ter mais equipamentos públicos, ONGs, projetos sociais que levassem os esportes, não só a ginástica, para mais lugares para que as pessoas pudessem ter mais acesso. Às vezes, até tem um ponto bom de ginástica, mas a pessoa mora longe. Se é uma família com pouca condição, como era a minha, fica mais difícil para a criança, mesmo sendo talentosa, chegar àquele local para crescer naquele esporte. Criando equipamentos esportivos, fica mais fácil para as famílias incentivarem e apoiarem", refletiu ela em entrevista.

Redação redegn com informações Estadão/o Globo