Matéria produzida pela jornalista Camila Corsini, do UOL, publicada nesta segunda (24), repercutiu em rede nacional a trajetória de luta de Lucinha Mota, ex-secretária de justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, atualmente Vereadora em Petrolina, para chegar à identidade do assassino da sua filha, Beatriz Angélica, morta em 2015 numa escola em Petrolina.
A matéria destacada no UOL mostra os caminhos percorridos por Lucinha Mota, sua determinação e coragem para enfrentar todos os obstáculos, a busca por conhecimento técnico nas áreas de investigação, jurídicos, manifestações diversas e uma caminhada de mais de 700 km para exigir do Governo de Pernambuco, à época comandado pelo governador Paulo Câmara, até chegar à identidade do assassino, depois de anos de luta por justiça.
Durante esse período Lucinha Mota conta que chegou ao fundo do poço, com forte depressão e ideias de suicídio, até criar forças, amparada pela força de familiares, amigos e voluntários que criaram o grupo Todos Por Beatriz, fatores fundamentais, revela, para uma reação forte na busca por justiça e para que o crime não caísse no esquecimento, como acontece na maioria desses casos.
"Três meses após o crime, eu cheguei ao fundo do poço. Já tinha tentado tirar minha vida de todas as formas, minha família estava sempre muito vigilante e minha última alternativa foi deixar de comer. Em uma das idas ao hospital, percebi que só tinha duas alternativas: ou eu tirava a minha vida de uma vez por todas e acabava com aquela dor que estava me dilacerando ou lutaria para dar justiça a Beatriz. Naquele momento, entendi que precisava viver para isso. Foi quando minha consciência retornou e comecei a buscar meios para me cuidar, cuidar da minha saúde mental e física. Passei mais ou menos um ano cuidando de mim e cobrando uma resposta do Estado”, disse ao UOL.
Da reação nasceu uma mulher forte, determinada, que buscava todas as formas de deixar viva a investigação, fustigando as instâncias de justiça do estado e do país, as polícias no estado, incluindo o esforço por conhecimento investigatório e uma investigação paralela: “Me formei investigadora e me disfarcei para achar quem matou minha filha”, disse.
Lucinha relata que “Quando as imagens das câmeras do colégio surgiram, depois de falarem que elas estavam com defeito e que não tinham material, eu decidi fazer uma investigação paralela” e então, segundo o relato, “começaram a aparecer algumas inconsistências. Logo de cara, o delegado responsável na época apresentou a tese de que Beatriz não tinha sido assassinada no local em que foi encontrada —o que ia contra o que todos os especialistas da área de segurança e peritos me diziam”, explicou.
As inconsistências das investigações levaram Lucinha Mota a intensificar suas buscas, resultando numa caminhada de mais de 700 Km, de Petrolina a Recife, que culminou com a exigência, sob a ameaça de denunciar o governador da época na Corte Interamericana dos Direitos Humanos, como cúmplice do assassinato, que providências foram tomadas e o assassino foi encontrado “cumprindo pena por estupro contra uma criança, uma menina de oito anos, que aconteceu um ano depois da morte da Beatriz”.
Lucinha não dá o caso por concluído e revela, ao UOL: “isso só terá fim no dia em que o assassino for julgado e condenado, no dia em que eu sair do júri com a sentença dele. Só assim a Beatriz vai ter a justiça que ela tanto merece", finalizou.
Da redação redeGN/Com informações do UOL
6 comentários
24 de Jun / 2024 às 23h21
Deixem a garota Beatriz descansar em paz, chega de utiliza lá politicamente!!!
25 de Jun / 2024 às 13h22
Parabéns Lucinha , você é um exemplo para todos nós. Sua luta será vitoriosa sempre. Sou seu fã.
25 de Jun / 2024 às 13h24
Notícia nacional porque aqui em Petrolina tem muita gente querendo calar a voz dessa mulher guerreira. Força Lucinha
25 de Jun / 2024 às 13h50
Jair , Lucinha quer justiça para um crime tão bárbaro com sua filha! está correta ,o Brasil não tem justiça, se ela não correr atrás de justiça ,ficará um crime no ROL DA IMPUNIDADE
25 de Jun / 2024 às 20h02
Não estou entendendo mais nada, o assassino não está preso ?
25 de Jun / 2024 às 20h03
Não estou entendendo mais nada, o assassino não está preso ?