Artigo - Assédio em sala de aula - Atenção a linguagem corporal

A maioria dos pais quer o melhor para a vida de seus filhos, não importa a classe social em que se encontrem.

Eles querem ver seus filhos brilhando como o sol, realizados, bem-sucedidos e detentores de resultados significativos para as suas vidas e para a sociedade. No entanto, quando os pais matriculam os seus filhos nas escolas, não é apenas para que adquiram uma instrução regular ou formal.

Daí, muitos ambientes educacionais fazem inúmeras companhas publicitárias alegando entregar o extraordinário para os seus filhos, só que não!

Vou bem direto ao assunto: Os pais muito gentis e empenhados elaboram belos looks e projetam o visual da mocinha ou do rapazinho na condição de alunos. É a garotinha ou garotinho bem alinhados visualmente, fruto dos árduos esforços de seus pais com a força do trabalho, pois acreditam que produzindo seus filhos muito bem, criarão condições favoráveis para que eles possam ir mais à vontade as escolas. Mas não podemos esquecer que as nossas crianças são ingênuas, inocentes, não tem malícia e os seus pais devem vesti-las de valores que as possam blindar das posturas de pessoas que expressem algum tipo de desconforto para elas.

Há crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens e, inclusive adultos facilmente manipulados por outros adultos mal-intencionados. Infelizmente, não são todos, mas sabemos que certas piadas de mal gosto dirigidas a partir de alguns educadores já acendem o alerta sobre a sua conduta para com os alunos. Este é o momento que devemos destinar as nossas atenções para as suas linguagens corporais, mas não estou me referindo aos gestos explícitos, mas para todas aquelas expressões camufladas dotadas de segundas intenções.

Sim, estou tocando em um assunto muito delicado para ser conduzido por muitos profissionais da educação, principalmente os gestores. Vamos lá, há muitas formas para se identificar assediadores no ambiente escolar, se a gestão e coordenação tem realmente atenção aos seus alunos, poderão notar as alterações comportamentais de alguns alunos perante alguns professores. Os assediadores costumam deixar rastros e podem ser rastreados no ambiente escolar. E olhe bem, não me refiro apenas ao assédio sexual, pois há outras manifestações de assédio que são tão dolorosas quanto, por meio de falas e atos de rejeição aos alunos, por exemplo.

Esses predadores emocionais se utilizam de táticas sombrias para colher as suas presas a partir de jogos de olhares, querem saber das suas preferências e gostos, adotam táticas de seduções veladas a partir de elogios gratuitos, inclusão constante dos mesmos alunos em rotinas pedagógicas, entre outros. A ponto de muitos alunos perceberem que alguns professores tem uma preferência voluntária por certos alunos ou alunas. Infelizmente as nossas alunas são as mais afetas nestas investidas de malcaratismo destes profissionais. Como hoje a sua escola enfrenta esta realidade?

Prossigo em afirmar que nem preciso falar das roupas - afinal você pode ver quem quer que seja vestida ou vestido com o que for, se você tem caráter, respeitará o direito de estar do outro. Mas, para muitas pessoas assediadoras basta apenas ver uma expressão carismática de criança, o sorriso, um andar, ou mesmo, o se reportar a eles, supostos educadores, para alterar o seu padrão comportamental.

As nossas ingênuas crianças não fazem ideia dos códigos corporais não intencionais para estes predadores emocionais que recepcionam com mensagem que servem de reforço das suas intenções pérfidas e destruidoras. Mesmo porque, são devastadores os impactos do assédio em qualquer circunstância na vida do ser humana, agora reflita essas ações hostis ocorrendo em sala de aula e os seus filhos não poderem falar para os pais o que está acontecendo. Como será viver com este sentimento crônico de uma culpa que não é sua?

Em um outro artigo pretendo aprofundar as seguintes reflexões: Apesar de todo o seu currículo e experiência de sala, os gestores e coordenadores, conseguem identificar quais são os códigos corporais que configuram assédio? Sabe identificar quais código lhe deixam vulneráveis em suas relações em geral? Quais são os termos que devem ser evitados para não abrir portas para o assédio moral em sala de aula? Cuidados aos tratamentos que você adota em suas rotinas, pois podem abrir precedentes para os diversos tipos de preconceitos camuflados e abertos. E para finalizar, a partir da sua linguagem corporal, como você exerce a sua autoridade máxima da sala?

Uemerson Florêncio – (Brasileiro) Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional de opinião para 5 países de língua portuguesa na África (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau e Angola), 5 países de língua espanhola (Argentina, Paraguai, Uruguai, Peru e Espanha), Estados Unidos e Brasil onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises. Criador do método pentágono da comunicação. Gestor de conteúdo do site da empresa Conceito Treinamentos no Brasil.