Cobrado pelo plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), presidente da Casa, marcou para às 14h desta quarta-feira, 17, a instalação da Comissão de Ética.
A decisão foi tomada nesta terça, 16, após o deputado estadual Samuel Júnior (Republicanos) repassar a cobrança que foi feita a ele na segunda, 15, quando estava substituindo Adolfo na presidência da sessão.
Ao ouvir a cobrança, Adolfo concordou que a Alba precisa reunir o colegiado, escolhendo presidente e vice. O presidente da Casa pediu, então, que os líderes do governo, Rosemberg Pinto (PT), e da oposição, Alan Sanches (União Brasil), reunissem seus indicados nesta terça, após a sessão do plenário, para enfim implantar a Comissão de Ética.
“Esta Casa tem de dar satisfação à opinião pública pelo fato grave ocorrido com um membro desta Casa”, afirmou Adolfo, em lembrança à investigação da Polícia Federal (PF) acerca de supostas atividades criminosas do deputado estadual Binho Galinha (Patriota), que seria líder de uma milícia em Feira de Santana.
No púlpito do plenário, Alan Sanches se eximiu de responsabilidade, apontando que já indicou os membros oposicionistas do colegiado, restando aos indicados o papel de se reunirem.
“A partir do momento que eu, como líder da oposição, já indiquei os nomes para membros titulares e também os suplentes, acho que cumpri com a minha parte neste momento”, declarou Sanches.
A manifestação do líder da oposição foi rebatida logo em seguida pelo liderado Samuel Júnior, que sinalizou a ausência de presidência na Comissão de Ética antes de uma primeira reunião. Para ele, a responsabilidade de convocar a primeira reunião seria das lideranças de bancada.
“Da forma que o deputado Alan falou, era como se a responsabilidade passasse a ser dos membros indicados. Mas, até a instalação dela, não existe presidente [da comissão], então não existe quem controle. Quem tem que controlar é o líder. Depois que for definido quem é o presidente, aí sim o presidente tomará as decisões pelo conselho”, argumentou.
A situação apenas foi resolvida com a intervenção de Rosemberg, que, diante do esvaziamento da Alba na tarde desta terça, propôs adiar para quarta a instalação da Comissão de Ética.
“Eu queria pedir à Vossa Excelência, como presidente da Casa, que convocasse para amanhã, às 11h da manhã, logo depois da Mesa Diretora da Casa, no local da reunião da Mesa Diretora, todos os membros do Conselho de Ética. E a gente faz a instalação lá, com a escolha do presidente, e aí eu acho que a gente zera essa questão”, sugeriu Rosemberg.
O horário foi definido para 14h após um pedido de Samuel Júnior, aceito pelo presidente da Casa.
Os indicados
A bancada da oposição foi a primeira a indicar seus nomes para a Comissão de Ética, ainda na primeira quinzena de março, com Sandro Régis (União Brasil), Samuel Junior (Republicanos) e Tiago Correia (PSDB) de membros titulares e Robinho (União Brasil), Emerson Penalva (PDT) e Kátia Oliveira (União Brasil) como suplentes.
Quase um mês depois, na última terça-feira, 9, foi a vez a bancada governista divulgar seus indicados: Alex da Piatã (PSD), Antônio Henrique Júnior (PP), Euclides Fernandes (PT) e Vitor Bonfim (PV) como titulares; e Angelo Coronel Filho (PSD), Fabíola Mansur (PSB), Nelson Leal (PP), Marcinho Oliveira (União Brasil) e Raimundinho da JR (PL) como suplentes.
A escolha de Marcinho Oliveira pelo governo chegou a causar um rebuliço na Alba, já que ele integra um partido de oposição. Apesar disso, a liderança oposicionista afirmou que não iria se impor à indicação.
A Tarde/Foto: Sandra Travassos | Alba
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