Heronildo Quintino de Lira Júnior, de 41 anos, acusado de matar a mãe, a professora aposentada Euda Cavalcanti de Lira, por causa de dinheiro, passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada.
Ele foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR), segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
O acusado, segundo o mandado de prisão, matou a mãe a pauladas por razões financeiras e fingiu ter encontrado o corpo dela dentro da casa onde morava, em Moreno, também na RMR. O crime aconteceu no fim de agosto de 2023. Euda não era vista desde 27 de agosto e teve o corpo achado dois dias depois. Euda Cavalcanti de Lira foi morta com um golpe de instrumento contundente na cabeça.
O TJPE explicou também que o processo seguirá na Vara Criminal de Moreno. A defesa de Heronildo Quintino de Lira Júnior, poderá se apresentar por defensor público ou advogado particular.
"Em seguida, será iniciada a fase de instrução, para que sejam ouvidas as testemunhas arroladas pelo órgão do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e pela Defesa, sendo dada a oportunidade do réu ser interrogado e contar sua versão dos fatos. Após a fase de Instrução, Heronildo Quintino poderá ser pronunciado a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri, ou impronunciado, decisão que dependerá das provas produzidas em Juízo", disse o TJPE, por meio de nota, nesta sexta-feira (19).
Inicialmente, o crime foi investigado como latrocínio. Isso porque, na casa de Euda, a polícia identificou que haviam sido levados cartões bancários e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) da aposentada. A apuração, no entanto, mostrou que o próprio filho quem havia levado os itens, bem como o celular da mãe. Ele e a mãe, inclusive, discutiam constantemente segundo vizinhos. Heronildo também explorava a mãe financeiramente, realizando compras nos cartões dela sem consentimento.
No mandado de prisão, ao qual a Folha de Pernambuco teve acesso, o juiz Gabriel Araújo Pimentel, da Vara Criminal de Moreno, afirma que Euda chegou a trocar as fechaduras da casa várias vezes para tentar impedir a entrada de Heronildo no local.
"Conforme pontuou a autoridade policial, não foi perceptível a falta de outros pertences na residência que não fossem os cartões de crédito e o celular da vítima, o que fortalece a ideia de que o suspeito precisaria ter acesso aos dados da vítima para obter vantagem financeira", explica o juiz no mandado.
"O representado procurou produzir algum álibi, indo à casa de uma amiga da vítima, no dia 29 de agosto, supostamente com o pretexto de devolver um Pix de R$ 1.000,00 que recebera indevidamente da mãe, o que é deveras estranho, já que a restituição poderia ter sido realizada de imediato e também por meio de Pix", acrescentou o juiz, afirmando ainda que, em interrogatório, Heronildo "alegou que estava sem celular, pois o havia emprestado, mas, no dia do fato, mencionou em entrevista que havia perdido o aparelho".
Testemunhas também relataram durante as investigações do crime que Heronildo Quintino de Lira Júnior não teria expressado "emoções condizentes de uma pessoa que acabara de saber que a mãe foi morta de forma violenta".
O mandado de prisão foi expedido na última terça-feira (16), tendo sido cumprido na manhã de quarta-feira (17) pela Delegacia de Moreno.
Folha PE
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