As altas temperaturas trazem inúmeros problemas de saúde, desde desconforto pelo suor liberado, desidratação excessiva e até problemas cardíacos como a arritmia.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência parceira da Organização das Nações Unidas (ONU), 2023 ano é o mais quente em 174 anos.
O marco foi atingido pelo 1,4°C acima da média na temperatura global. As altas temperaturas este ano ocorreram pelos três principais gases do efeito estufa, dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, que obteve níveis históricos, afirma a OMM.
O calor extremo tem sido causa, inclusive de muitas mortes pelo mundo, segundo a professora do curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, Maria Gorete Teixeira Morais. Confira reportagem na integra aqui.
Ela cita a pesquisa Impacto em nível de cidade de temperaturas extremas e mortalidade na América Latina (City-level impact of extreme temperatures and mortality in Latin America), publicada pela revista Nature Medicine, que aponta que cerca de 6% das mortes em cidades da América Latina são causadas pela temperatura extrema. A conclusão foi que as temperaturas extremas estavam envolvidas em doenças cardiovasculares e respiratórias, especialmente no grupo de risco, que são crianças, idosos e adultos que possuem doenças crônicas. A professora adianta que a temperatura vai estar relacionada ao aumento de 5,7% nas mortes e, ao mesmo tempo, cerca de 10% dessas mortes serão por infecções respiratórias atribuídas ao calor ou ao frio em excesso.
Maria Gorete ressalta como o corpo humano reage à exposição de altas fontes de calor. “Quando somos expostos a um estresse térmico, no caso seriam as altas temperaturas, o organismo vai reagir imediatamente com uma série de alterações que chamamos de fisiológica, para que essa temperatura volte para sua média original, fazendo um resfriamento. A primeira reação que acontece é a perda de calor por meio do suor, que é o método natural.”
Ela diz que as diferentes comunidades existentes no vasto território brasileiro reagem de forma diversa. “Nas áreas da Amazônia, por exemplo, há uma alta umidade do ar, onde o indivíduo vai ter uma dificuldade de eliminação dessa temperatura. Já em áreas muito secas, como no Nordeste, as ondas de calor são mais difíceis de ter um resfriamento. Vamos ter todas essas complicações.”
Jornal da Usp Foto Italo Duarte arquivo REDEGN
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