O período de festas sempre junta dois problemas na área da saúde. Aumentam os acidentes de trânsito e diminui a oferta de sangue nos hemocentros. A redução no número de doadores começou ainda em novembro no Amazonas. Os estoques estão abaixo da média de segurança.
O estoque só é considerado estável para os tipos A positivo e AB positivo na fundação pró-sangue, em São Paulo. Se não houver reposição dos outros tipos de sangue, o fornecimento para 80 instituições da rede pública ficará comprometido.
No Rio Grande do Sul, houve uma redução de 5% no número de doadores em relação ao ano passado. Com a chegada de dezembro, o estoque de todos os tipos sanguíneos chegou ao nível crítico.
O hemocentro da Bahia levou Papai e Mamãe Noel para dentro da sala de coleta para incentivar as doações.
O Hemope, maior hemocentro de Pernambuco, o coral de funcionários veio acolher e animar. Tem mais gente cantando do que doadores esperando a vez do atendimento.
"Hoje eu tô vindo por causa da minha tia, que vai se operar e ela tá precisando", diz Vanessa Cristine Araújo, farmacêutica.
É muita bolsa vazia. Normalmente, quando a coleta segue no ritmo adequado, é preciso repor este estoque seis, sete vezes por dia. Ultimamente, é raro o dia em que o total de bolsas disponibilizadas sai com sangue suficiente pra socorrer todo mundo que precisa.
Para que as geladeiras fiquem abastecidas como é necessário, o hemocentro precisa receber pelo menos sete mil doadores por mês. Até agora, foram 4 mil. Todos os tipos sanguíneos estão com os estoques lá embaixo.
"No final do ano, por conta de bebida e direção, acaba tendo mais acidentes. E a gente precisa manter o atendimento pra esses pacientes", diz Raquel Santana, presidente do Hemope.
Júnior Sena, corretor de imóveis, está doando pela terceira vez este ano. "Sangue não se compra na prateleira. A gente sabe que com atitude a gente pode salvar vidas", diz Junior. Trouxe o reforço da esposa Geane para fazer a primeira doação.
"Se você pode, venha, doe. Hoje, você não precisa, mas quem sabe um dia alguém da sua família, você pode precisar", afirma Geane Sena, dona de casal
Jornal Nacional Foto Ilustrativo
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