Quando se fala do aquecimento global, é comum a menção ao aumento das temperaturas máximas, que costumam ocorrer durante o dia.
Mas o impacto das ações humanas no clima do planeta tem se mostrado também no aumento das temperaturas mínimas, que costumam ser registradas nos horários em que não há sol.
Ou seja, as noites em geral estão mais quentes.
A época em que as noites quentes eram motivo para ficar na rua faz parte das recordações de um tempo, no duplo sentido da palavra, que virou passado. Hoje se tornaram motivo de preocupação. As temperaturas passaram de amenas a desagradáveis e, por vezes, perigosas. Exemplo são as noites desta onda de calor.
Pioneiro nos alertas sobre as noites sem descanso e outras consequências das mudanças climáticas, o meteorologista e climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), está preocupado não apenas com o El Niño, mas com a combinação deste às anomalias do aquecimento global. Marengo alerta sobre a necessidade de planejamento e traça um cenário dos próximos meses.
Na realidade, especialistas têm observado que as temperaturas noturnas estão subindo mais do que as diurnas, o que alguns cientistas chamam de "assimetria de aquecimento". Este padrão cada vez mais comum pode ter relação com eventos climáticos extremos, como a onda de calor que está afetando parte dos Estados Unidos e do Canadá — um acontecimento "único em 1.000 anos" e "virtualmente impossível" de não ser influenciado pelas ações humanas, segundo a rede de pesquisa World Weather Attribution.
Foto Agencia Brasil Casal Jr
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