Os reservatórios das hidrelétricas brasileiras estão numa situação bem mais confortável da que foi registrada nos últimos anos.
Um bar em Belo Horizonte está preparado para atender a clientela, que sempre aumenta no fim do ano. E, com o verão chegando, alguns aparelhos são ainda mais exigidos. O dono espera que a conta continue chegando com a bandeira verde.
“Quando estamos no período de bandeira verde, até nós temos capacidade de investir mais em outros setores aqui dentro da empresa, até mesmo em crescer a equipe nesse momento porque a diferença de valor é muito grande”, disse Lucas Ribeiro, empresário.
A notícia positiva é que o Brasil, segundo avaliação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), chegou ao fim do período seco com um cenário bem diferente dos últimos tempos. Os principais reservatórios do país registram o melhor nível de água dos últimos 14 anos.
Significa uma oferta maior de energia para o Sistema Interligado Nacional. O SIN é uma rede de geração e transmissão de energia que se estende por grande parte do Brasil. Essa rede é composta por subsistemas.
Os dados do Operador Nacional do Sistema mostram que:
O subsistema Sul ficou com 88,48% da capacidade;
Sudeste/Centro-Oeste – perto de 68,78%;
O Nordeste – 59,9%;
Já o subsistema Norte ficou um pouco abaixo com 58%, garantidos principalmente por usinas com reservatório.
Fernando Camargo, especialista em infraestrutura, afirma que, apesar do volume positivo dos reservatórios, é preciso investir mais na eficiência do sistema de geração e transmissão de energia.
“A gente tem produzido energia em locais diferentes e locais que sofrem de formas diferentes com a falta de água ou condições climáticas adversas. Sempre tem limitações da capacidade de transporte de energia de uma região para outra”, disse.
O Ministério de Minas e Energia informou que espera investir mais de R$ 55 bilhões em linhas de transmissão nos próximos anos no país. E que o reforço no sistema deve trazer mais segurança energética aos estados. A diversificação também é uma forma de dar mais segurança ao sistema. Nos últimos dois anos, a geração de energia solar e eólica no Brasil cresceu 93%.
Essas duas formas de produção juntas representam apenas 17% da geração total. Quem estuda o setor reforça que, mesmo com uma situação mais confortável, é sempre importante fazer um uso racional da energia. Cilene Maria da Cunha, aposentada, ajuda a família a economizar com pequenos gestos, que poderiam fazer muita diferença, se fossem seguidos por mais pessoas.
“Evitar o desperdício, vai sobrar energia pra todo mundo, o preço vai ser mais baixo, mais fácil de todo mundo poder usar sem se sacrificar”, disse.
Jor Nacional Foto reprodução
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