Em alusão à Campanha Setembro Azul, mês de visibilidade da comunidade surda brasileira, a Prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Educação e Juventude (Seduc), por meio do Núcleo de Atendimento Psicossocial e Inclusão (Napsi), realizou na noite desta quinta-feira (28), no auditório da Seduc, mais uma ação de práticas inclusivas, com o tema 'Mãos que falam, olhos que ouvem'.
A iniciativa foi composta por uma roda de conversa com a finalidade de dialogar sobre a Campanha Setembro Azul, período marcado por diversas mobilizações da comunidade surda.
Participaram como mediadores da ocasião, a coordenadora do Napsi, Jumária Monteiro, o presidente da Associação de Surdos de Juazeiro, Leandro Bahia, pessoa surda, e a instrutora de Libras e também pessoa surda, Carmela Brito. Além disso, a ocasião foi abrilhantada pela apresentação do Coral em Libras, composto pelos alunos da Escola Municipal Paulo IV.
"A Libras surgiu para mim de forma muito voluntária. Eu era professora de inglês em sala comum, e acabei me interessando por aprender a língua de sinais até migrar para a Educação Especial, onde me tornei intérprete de Libras. A partir daí eu me apaixonei pela área e passei a desenvolver iniciativas voltadas para esse público, como o coral, que hoje tem se consolidado. Após três anos de existência, já recebemos convites para participar de vários eventos. A ideia é quebrar barreiras, integrar os estudantes e propor um aprendizado inclusivo, onde seja possível a interação entre as diferentes formas de se comunicar", declarou Mailla Nayana, professora intérprete de Libras do Colégio Municipal Paulo VI.
Presente na ocasião, estudante e integrante do coral do Colégio Municipal Paulo VI, e pessoa surda, Lavinha Vieira, de 12 anos, compartilhou o sentimento de participar da programação. "Eu gostei bastante de participar e me sinto muito feliz de meus colegas terem aprendido a conversar comigo através da língua de sinais", contou Lavinha.
A aluna do Colégio Municipal Paulo VI, Ellen Moara, de 11 anos, complementou as contribuições da colega de escola, Lavinha, destacando como iniciou o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais. "Eu aprendi a língua de sinais na Escola de Idiomas, da Prefeitura de Juazeiro, onde comecei a ter uma noção de como conversar com uma pessoa com deficiência auditiva. Eu acho uma experiência muito gratificante poder conversar em libras e participar desses eventos", compartilhou Ellen.
Datas Marcantes-A Campanha Setembro Azul, possui algumas datas marcantes para a história da pessoa surda, como os dias 6 e 11 de setembro, que lembram o Congresso de Milão de 1880, onde ficou proibido o uso das Línguas de Sinais na educação dos surdos, obrigando que essas pessoas se adaptassem às línguas orais. No dia 23 do mesmo mês, é celebrado o Dia Internacional das Línguas de Sinais, enquanto no dia 26, é comemorado o Dia Nacional do Surdo, e em seguida, no dia 30, é celebrado o Dia do Tradutor de Libras.
"Este momento foi voltado para conscientização sobre a acessibilidade e a comemoração das conquistas obtidas ao longo dos anos. A proposta foi possibilitar um momento formativo e reflexivo acerca da luta da pessoa surda, dialogando sobre a razão do azul ser a cor símbolo da campanha, que tem raiz em um passado triste, lembrando os surdos que foram vítimas de opressão, mas que hoje representam a riqueza cultural de uma comunidade que brilha com orgulho e serve como força propulsora para mudanças", explicou a formadora do Napsi, Lidiane Oliveira.
Ascom PMJ
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