Agosto começa com a tendência de mais ventos e menos chuvas em Pernambuco. A previsão é da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). O mês é considerado um período de transição entre a época chuvosa, que acabou em julho, e o tempo seco do ano, na Região Metropolitana do Recife (RMR).
“Vamos ter ainda algumas chuvas, mas acumulados menores dos que ocorreram em julho. A tendência é que tenhamos um mês com ventos mais intensos e temperaturas mais baixas”, explica o meteorologista da Apac, Fabiano Prestrêlo.
“Observamos em anos anteriores que pode ocorrer, devido a rajadas de vento, destelhamento de casas e queda de árvores mais antigas”, completa Fabiano. No Recife, a média de vento para agosto é de 11 km/h e, apesar de ser considerado popularmente o “mês dos ventos”, o índice é menor do que os 12 km/h de setembro e de novembro.
“Podem ocorrer valores mais baixos e situações sem vento, como também podem ocorrer rajadas com ventos acima de 40 km/h, mas que duram pouco”, segue Fabiano. As temperaturas devem ficar entre a mínima média de 20,5ºC e a máxima média de 27,5ºC.
A climatologia, média histórica das chuvas nos últimos 30 anos, mostra que são esperados 176,9 mm na RMR, 112,4 mm na Zona da Mata, 58,5 mm no Agreste e 11,6 mm no Sertão.
No Sertão do Estado, a tendência é que fiquem mais frequentes os alertas de baixa umidade, quando o índice ficar abaixo dos 20%, valor considerado insalubre pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os meses mais chuvosos na região, segundo a climatologia, são de janeiro a abril.
“A baixa nebulosidade e ausência de chuvas causam aumento da temperatura no Sertão nessa época do ano. Com a aproximação da primavera, as temperaturas vão subindo lá, temos algo em torno de 36ºC, 37ºC de máxima.
Já para o Agreste, acrescenta Prestrêlo, terá uma espécie de “meio termo” entre o Sertão e a faixa litorânea do Estado. “As temperaturas não são tão altas e os ventos não são tão fortes”, explica o meteorologista.
El Niño-A Organização Meteorológica Mundial (OMM) declarou o início do primeiro El Niño dos últimos sete anos e estima em 90% a probabilidade de ocorrência, ao longo de 2023, do fenômeno climático com potência moderada. É esperado inclusive que dure os primeiros meses de 2024.
Caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador, podendo se estender desde a costa da América do Sul até o meio do Pacífico Equatorial, El Niño não deve influenciar tanto no tempo neste mês de agosto em Pernambuco, especialmente na RMR e Mata, justamente por já haver acabado o período chuvoso.
“Para a nossa sorte, El Niño só veio ficar mais atuante agora no finalzinho do período chuvoso. Como daqui para o fim do ano, já chove menos do que o normal, não vai ter um impacto muito severo na quantidade de chuvas”, finaliza Fabiano Prestrêlo, alertando que o fenômeno deve causar queda nos índices de chuva no próximo ano.
Folha Pe Foto Ilustrativa
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