Pessoas brancas são a ampla maioria (82%) entre os mais de 13 mil procuradores e promotores que compõem o Ministério Público brasileiro.
Já o número de profissionais negros representa apenas 16% do total.
Os dados de uma pesquisa étnico-racial realizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A conclusão geral do levantamento é a de que há desigualdades de gênero e raça em todas as posições de trabalho existentes no Ministério Público.
A situação é mais evidente nos cargos mais altos, de promotores e procuradores, e também quando há um cruzamento por gênero.
De acordo com a pesquisa, há apenas 81 mulheres negras que ocupam essas funções entre as cerca de 5.000 procuradores e promotoras de Justiça que atuam no Ministério Público.
As pessoas brancas são maioria também entre os servidores (65%), contra 30,1% de negros.
A maior presença de negros está no grupo de estagiários: são 32,3%, contra 58,1% de brancos.
Um número ainda assim bem abaixo da população negra no Brasil, que representa 56% do total.
As mulheres são maioria nos dois grupos: elas representam 67% dos estagiários, e 53,1% dos servidores.
O objetivo da pesquisa, segundo o MP, é mapear o perfil dos trabalhadores da instituição e detectar desigualdades para que possam ser desenvolvidas medidas a fim de combatê-las.
"O mapa étnico-racial ora apresentado é uma das mais importantes conquistas do Ministério Público dos últimos 10 anos. Conseguimos entregar a sociedade um conjunto de dados para que sejam tomadas medidas efetivas de igualdade étnica e racial", afirma Otavio Luiz Rodrigues Jr., do Conselho Nacional do Ministério Público.
Mônica Bergamo/Folhapress | Foto: José Cruz/AgBr
1 comentário
04 de Jul / 2023 às 20h59
Acredito que o concurso público para ingresso na carreira (que não é nada fácil passar) não olha para cor da pele.