A cantora e performer petrolinense, OTHIERRI, foi vítima de homofobia no São João de Arcoverde, em Pernambuco, na madrugada desta quinta-feira (22). Em relato publicado nas redes sociais, a multiartista relatou a agressão física que sofreu.
Na publicação, ela conta que foi agredida repentinamente por dois homens quando saía do palco principal do evento. “Foi tudo tão rápido que eu não soube o que fazer, eu fiquei desnorteada diante da força que os rapazes tinham”, afirmou.
OTHIERRI, que está em Arcoverde para se apresentar na programação com o show Gyra, afirma que os autores do crime, momentos antes, zombaram dela e de outras artistas que a acompanhavam, enquanto estavam dançando.
“Durante a violência nenhuma pessoa da sociedade civil ou estado se mobilizaram para intervir! Esse episódio confirma o quão normalizada está a violência sobre os corpos LGBTQIA+ na nossa cidade!”, denunciou a assessoria do projeto musical Gyra, em nota.
O grupo também ressaltou a importância de se pensar em políticas públicas em defesa desta população: “é INACEITÁVEL que a transfobia siga nos violentando! É preciso garantir a criminalização de condutas discriminatórias contra a comunidade LGBTQIA+, é preciso garantir a nossa segurança, nossos direitos, nossa existência”.
Com apresentação marcada para o dia 25 de junho (domingo), OTHIERRI faz parte da programação do palco Raizes do Coco, no São João de Arcoverde, e reivindica a investigação do caso. “Aguardo o posicionamento da @prefeituradearcoverde não quero que resolvam no off, quero que seja público! E eu e minha equipe seguiremos resolvendo judicialmente!”, afirmou.
Confira a nota completa da Assessoria Gyra:
SÃO JOÃO PRA QUEM?: Mais um caso de preconceito em Arcoverde!
Durante a madrugada do dia 21 para 22 a artista petrolinense OTHIERRI foi vítima de um caso de homofobia durante o término do São João de Arcoverde 2023. A artista está na cidade para participar do show "GYRA" no próximo domingo (25) no Polo Raízes do Coco Lula Calixto e foi agredida fisicamente por um grupo de homens! Durante a violência nenhuma pessoa da sociedade civil ou estado se mobilizaram para intervir!
Esse episódio confirma o quão normalizada está a violência sobre os corpos LGBTQIA+ na nossa cidade!
Essa não é a primeira vez que uma artista LGBTQIA+ é violentada no "Melhor São João": ano passado a artista arcoverdense Gabi Benedita fazia sua apresentação no Polo das Artes Henry Pereira, quando foi surpreendida por um homem do público que tentou derrubá-la à força do palco. Na ocasião, o público retirou o violentador da plateia e abalada, Gabi Benedita pode concluir seu show.
Devido a esses e tantos outros casos que ocorrem diariamente com nossas corpas que são invisibilizadas na mídia e marginalizadas na sociedade, é imprescindível que os órgãos públicos se mobilizem para criar Políticas Públicas efetivas no combate a violência contra pessoas LGBTQIA+.
Ter o show "GYRA", que é formado por 7 artistas da comunidade, na programação oficial é um começo, mas ainda muito pouco!
É URGENTE pensar em ações educativas junto à cidade e ao público da festa, já que homofobia, racismo e transfobia são CRIMES imprescritíveis e inafiançáveis em nosso país (Lei n 7.716/1989; o artigo 20 da lei em questão prevê pena de um a três anos de reclusão e multa).
Junho é mês de São João, mas também é mês de luta! No mês em que se celebra nacionalmente o Orgulho LGBTQIA+ , é INACEITÁVEL que a transfobia siga nos violentando! É preciso garantir a criminalização de condutas discriminatórias contra a comunidade LGBTQIA+, é preciso garntir a nossa segurança, nossos direitos, nossa existência. É preciso um pacto social para a garantia de nossas VIDAS!
Da Redação RedeGN
0 comentários