Importante estatal do governo federal, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) ganhou os holofotes políticos mais uma vez nesta segunda-feira (20) por supostas irregularidades. A companhia tem influência do deputado federal Elmar Nascimento (União), atual líder do União Brasil na Câmara, e um familiar do parlamentar foi alvo de uma operação da Polícia Federal na Bahia.
Segundo informações do site UOL, Thiago Nascimento Vieira, primo de Elmar, admitiu aos investigadores no âmbito da operação que cometeu fraudes em ofícios de deputados para desviar tratores bancados pela estatal e vendê-los a particulares, ganhando dinheiro no negócio.
Ainda conforme a matéria, o prejuízo estimado aos cofres públicos chega a R$ 380 mil, mas parte dos bens foi recuperada. Thiago foi preso pela PF no dia 11 de janeiro e foi solto um mês depois. A Polícia Federal concluiu o inquérito em fevereiro e indiciou o primo de Elmar Nascimento pelos crimes de peculato (desvio de recursos públicos), destruição de documentos públicos e associação criminosa.
As informações do site apontam que Thiago Nascimento Vieira, de 40 anos, trabalhou entre fevereiro de 2021 e outubro de 2022 como terceirizado da 6ª Superintendência Regional da Codevasf, sediada em Juazeiro, Bahia e que foi o foco dos desvios. Integrantes da estatal dizem que a contratação de Thiago ocorreu por indicação do líder do União Brasil.
Até o momento, não foram encontrados indícios da participação de parlamentares nos desvios investigados.
Em nota enviada à reportagem do UOL, o advogado de Thiago Nascimento, Vinícius Assumpção, afirmou que: "Os elementos produzidos na fase policial ainda serão apreciados pela Justiça e a defesa pretende se manifestar apenas nos autos".
Em depoimento aos investigadores, Thiago Nascimento admitiu que pediu ajuda a um amigo, Saulo Marques de Carvalho, para realizar as operações. De acordo com as informações, a primeira fraude envolvia bens que seriam doados pelo deputado Márcio Marinho (Republicanos-BA). Thiago afirmou que "orientou Saulo como ele deveria proceder, tendo pego os modelos dos ofícios nos próprios arquivos da Codevasf e repassado para Saulo".
Posteriormente, o mesmo sistema foi supostamente usado para fraudar um ofício do então deputado federal Uldurico Junior (MDB-BA). No entanto, em agosto de 2022, o deputado visitou a Codevasf e constatou a suspeita de fraude na doação de maquinário em seu nome. Com isso, a estatal encaminhou o caso para investigação da Polícia Federal.
A reportagem da UOL destaca que Natural de Campo Formoso (BA), mesma cidade de Elmar, Thiago Nascimento Vieira, 40 anos, trabalhou entre fevereiro de 2021 e outubro de 2022 como funcionário terceirizado da 6ª Superintendência Regional da Codevasf, sediada em Juazeiro (BA) e que foi o foco dos desvios. Integrantes da estatal dizem que a contratação de Thiago ocorreu por indicação do líder do União Brasil, que é seu primo em primeiro grau. A superintendência de Juazeiro é chefiada desde 2021 por um aliado de Elmar, Miled Cussa, mantido no posto pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente da Codevasf, Marcelo Andrade Pinto, também foi indicado pelo líder do União Brasil durante o governo Bolsonaroe mantido pela gestão Lula. Outros cargos da estatal têm nomes indicados por políticos do Centrão. Elmar é um dos aliados mais próximos do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e cotado como um dos possíveis sucessores dele ao cargo.
Bahia Noticias e UOL Foto Reprodução
1 comentário
20 de Apr / 2023 às 22h36
Srs leitores. Eu, particularmente, sou contra essa tal emendas parlamentares, pois, além de única e, servir para fazerem politicagem com erário público, desvios de verbas públicas etc..., afim, prática usurpação poder, pois, muitas das vezes, a emenda indicada pelo parlamentar, não condiz, ao menos naquele momento, com necessidades da população e, o gestor do município, é obrigado a agradecer. Com relação a titularidade do órgão, o governo, já inicia seu fim, o poder pelo poder, nunca deu certo, não será agora, com situação que o país atravessa.