De janeiro a março deste ano foram registrados 2.409 acidentes de trabalho na Bahia, com 24 mortes. As informações são da Superintendência Regional do Trabalho (SRT), vinculada ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
O MPT abriu um inquérito para apurar um acidente de trabalho que aconteceu em Porto Seguro, no extremo-sul da Bahia. O homem trabalhava em uma empresa de construção civil e morreu enquanto limpava uma máquina de misturar concreto.
Só em 2023, o MPT já abriu inquérito para investigar cinco mortes que ocorreram em acidentes de trabalho no estado.
Além das mortes, a SRT comunicou também 25 amputações, 484 acidentes com cortes e lacerações e 382 casos de afastamento por períodos superiores a quinze dias.
De acordo com os dados do MPT, a Bahia registrou em 2022, 17.264 acidentes de trabalho com 112 mortes. Segundo o órgão, o número poderia ser ainda maior, já que o índice de subnotificações no estado é de 25%.
Ilan Fonseca, procurador do MPT/BA, diz que as empresas costumam ocultar dados dos acidentes dos setores jurídicos e de contabilidade por medo das punições e dos custos de responsabilidade com os acidentados.
"Todo trabalhador [que sofre acidente] tem direito a estabilidade de até um ano. Já a empresa pode sofrer fiscalização e punições. As multas variam a depender do porte da empresa, da quantidade de pessoas acidentadas e da gravidade da situação, variando de R$50 mil a R$1 milhão".
Dados da SRT mostram que as áreas de obras, mineração e transporte são as que mais registram acidentes de trabalho e são foco de atuação dos 35 auditores fiscais que fazem a fiscalização na áreas da saúde e da segurança do trabalhadores no estado.
g1 Ba Foto reprodução
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