Nesta semana, aconteceu mais uma reunião on-line da Comissão de Drogas Lícitas e Ilícitas do Conselho Federal de Medicina, quando foram discutidos os caminhos para dar sequência à luta de prevenção de todas as drogas. “O que sabemos é que as ações políticas são muito pequenas e não caminham na necessidade correta do que imaginamos.”
Henrique Bombana, um dos autores de uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), relata a prevalência do consumo de substâncias psicoativas entre pessoas internadas por algum trauma no Hospital das Clínicas.
Segundo o pesquisador, a falta de políticas públicas baseadas em evidências científicas é um dos pontos-chave que dificultam o controle do uso de drogas. Disse ainda que o consumo de substâncias psicoativas é um fator de risco para acidentes que podem ser evitados, diminuindo o custo do SUS nessa área.
Nesse estudo, 376 pacientes, maiores de 18 anos, com lesões traumáticas por acidentes de trânsito, quedas e episódios de violência tinham idade em torno de 36 anos e a maioria era branca. Em 44% destes, notou-se algum padrão de consumo prejudicial de álcool, 31% tinham usado entorpecentes. E, apesar de a maconha ser a droga ilícita mais consumida no Brasil, a prevalência do uso de cocaína foi maior entre os pacientes incluídos nesse estudo.
“Sabemos que as mulheres estão bebendo mais do que os homens e a consequência disso é que as mortes decorrentes do abuso do álcool também aumentam no sexo feminino. Os impactos no organismo da mulher são mais graves, mesmo que as mulheres consumam a mesma quantidade de álcool em relação aos homens.”
De resto, os artigos sempre comentam sobre os cuidados em relação à moderação no uso de bebida alcoólica: alimente-se antes e durante a ingestão alcoólica, beba muita água e saiba parar na hora certa.
A cidade de Campinas está programando uma grande campanha para conscientizar a população sobre a questão de drogas, e álcool é droga. Utilizarão todo o material do Dr. Bartô: livretos, vídeos, propaganda na mídia, sendo essa cidade a primeira no País que deverá ter um programa amplo de prevenção, acompanhado por uma entidade de prevenção internacional e também nacional. “O que faltam são ações políticas que podem acelerar a prevenção do uso de álcool e outras drogas. Decisões políticas importantes como aumento dos impostos da bebida alcoólica, a contrapropaganda, trabalho de prevenção contínuo nas escolas, maior fiscalização, punição exemplar, etc.”
Jornal da USP Foto Agencia Brasil
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