Após denúncias de exploração de trabalho escravo no Rio Grande do Sul, a Diocese de Senhor do Bonfim decidiu suspender a compra de vinho de uma das empresas envolvidas no caso. A determinação foi publicada em documento nesta segunda-feira (6).
O comunicado, assinado pelo bispo Dom Hernaldo Pinto Farias, afirma que “a Eucaristia não pode ser celebrada às custas da exploração de nossos irmãos e irmãs, inclusive alguns pertencentes à nossa Diocese”. Diante disso, a diocese optou por contactar outras vinícolas.
Citada no documento, a exploração se refere ao resgate de trabalhadores baianos submetidos a trabalho análogo ao de escravidão em fazendas da Serra Gaúcha, no último dia 22 de fevereiro. Mais de 150 pessoas foram encontradas em condições degradantes.
Leia na íntegra o comunicado:
“Chegou ao nosso conhecimento, através dos meios de comunicação e da nota oficial emitida pela CNBB, que a Vinícola fornecedora do vinho que consumimos em nossas Eucaristias está também envolvida no escândalo sobre o uso de trabalho em situação análoga à escravidão no Rio Grande do Sul. Diante dessa realidade inadmissível, prontamente, já na semana passada, tomamos a decisão de não mais adquirirmos daquela empresa. Estamos em contato com outras vinícolas, pois a Eucaristia não pode ser celebrada às custas da exploração de nossos irmãos e irmãs, inclusive alguns pertencentes à nossa Diocese. É imprescindível que, no combate às injustiças ainda existentes em nossa sociedade, sejamos coerentes com o anúncio da Boa Nova, que nos ensina a ter um cuidado especial com os mais vulneráveis”.
Dom Hernaldo Pinto Farias, sss
Bispo Diocesano de Bonfim
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