Segundo o site parceiro Bahia Notícias Mais um caso de xenofobia contra os baianos está chamando bastante atenção nas redes sociais. Desta vez, foi o vereador de Caxias do Sul, Sandro Fantinel (Patriotas), que destilou diversos preconceitos contra o povo da Bahia, ao comentar nesta terça-feira (28) a descoberta da exploração de trabalho análogo à escravidão em vinícolas do Rio Grande do Sul.
A situação ocorreu na última sexta (24), quando uma operação da Polícia Rodoviária Federal resgatou centenas de trabalhadores que estavam sendo explorados em vinícolas do município de Bento Gonçalves, no interior do Rio Grande do Sul. A imensa maioria das vítimas era oriunda da Bahia.
Entretanto, segundo o vereador de Caxias, a atuação do poder público nesse caso foi excessiva e favoreceu os baianos, frente aos produtores de vinho gaúchos.
“Agora o patrão vai ter que pagar empregada para fazer a limpeza todo dia para os bonitos também? É isso que tem que acontecer? Temos que botar eles num hotel cinco estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho? É isso que nós temos que fazer?”, questionou Fantinel.
Para o vereador, os trabalhadores seriam os responsáveis pela confusão e de não deveriam mais ser contratados para atuar em propriedades no Rio Grande do Sul. Fantinel chega a sugerir a contratação de argentinos, que seriam “mais limpos” em relação aos baianos.
“Agricultores, produtores, empresas agrícolas que estão neste momento me acompanhando, eu vou dar um conselho para vocês: não contratem mais aquela gente lá de cima. Conversem comigo, vamos criar uma linha e vamos contratar os argentinos. Porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a cara limpa e, no dia de ir embora, ainda agradecem ao patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam” afirmou.
O vereador ainda sugeriu que os baianos seriam acostumados apenas a carnaval, festa, tambor e praia, ignorando que a maior parte do território da Bahia é sertanejo, bem distante da folia e da umidade soteropolitana.
“Agora, com os baianos – que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor –, era normal que se fosse ter esse tipo de problema. Que isso sirva de lição: deixem de lado aquele povo que é acostumado com carnaval e festa, para vocês não se incomodarem novamente”, continuou Fantinel.
A fala do político gaúcho remete à reta final do período escravista no Brasil, quando diversos produtores rurais, com o apoio do estado brasileiro, importaram trabalhadores europeus, descartando a massa de brasileiros e africanos que tinham deixado a escravidão e buscavam trabalho digno no país.
“Então vamos abrir o olho, povo que me assiste, quando falam em análogo à escravidão, porque eu conheço bem como é que funciona essa situação. A intenção é trabalhar 10, 15, 20 dias e receber 60, mais os direitos”, concluiu o vereador.
Confira abaixo o vídeo completo da fala xenofóbica de Sandro Fantinel.
Fonte: Bahia Notícias
4 comentários
01 de Mar / 2023 às 05h45
Existe verdade no que ele disse, uma parcela dos baianos gostam mesmo é de festa, o carnaval de juazeiro já estão programando a festa para o próximo ano, enquanto o projeto da travessia urbana continua engavetado.
01 de Mar / 2023 às 08h45
O Governo do Estado deveria se envergonhar com essa situação, o povo baiano ter que submeter a essa situação por conta de falta de oportunidade na Bahia para sobreviver e olha que já são quase 20 anos da gestão petista. Lamentável.
01 de Mar / 2023 às 12h44
Porra nem se divertir o BAIANO pode ! Cesar vá se divertir viver sua vida ! a tal de travessia urbana vai servir para VC em que ? aliás muitos falam em travessia urbana mais não sabem do que se trata.
01 de Mar / 2023 às 14h15
A travessia urbana vai servir em mobilidade urbana, tão carente no município de Juazeiro, enquanto muitos pensarem como muitos juazeirense somente em festa a cidade cada vez mais ficará para trás, in felizmente muitos desconhecem o projeto da travessia, o atraso de Juazeiro é o reflexo da ignorância de muitos.