Uma ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) está desaparecida. A ararinha dispersou no último dia 12 de janeiro. Ela corre o risco de ser depredada por gaviões e carcaras. A equipe de monitoramento do ICMBio continua em busca da ave e reforçou a divulgação dos telefones de contato, para caso alguém saiba do paradeiro da ave. Outras 4 ararinhas azuis forama encontradas com ajuda dos guardiões e pessoas da comunidade.
“Há um cartaz que estamos divulgando, com os números de telefones, desde antes das ararinhas serem soltas”, explica a coordenadora do Projeto, a veterinária Camile Lugarini, do ICMBio, sobre os procedimentos de monitoramento das ararinhas. Desde que a equipe perdeu o sinal de telemetria da ararinha, grupos de WhatsApp e redes sociais reforçam a divulgação do cartaz com os números.
“Se alguma pessoa tiver visto a ararinha, é importante reportar isso para o ICMBio e a Blue Sky, para que a gente localizar esse animal”, explica Ugo Eichler Vercillo, diretor-técnico do projeto Blue Sky Caatinga.
ESPERANÇA AZUL Com ocorrência apenas no sertão baiano, as populações silvestres da ararinha-azul foram dizimadas devido ao tráfico de animais e à perda de habitat. Sua sobrevivência ficou então atrelada a cativeiros no Brasil e no mundo, que garantiram a reprodução e perpetuação da espécie.
Em março de 2020, um grupo de 52 ararinhas-azuis, provenientes da instituição alemã Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), foram enviadas ao Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha Azul e à Área de Proteção Ambiental da Ararinha-Azul. As unidades de conservação, com extensão total de 29,2 mil e 90,6 mil hectares, respectivamente, foram criadas no município de Curaçá em junho de 2018 justamente para garantir a proteção da espécie em sua volta à Caatinga.
Em julho de 2022, cinco fêmeas e três machos de ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) foram finalmente reintroduzidos na natureza. Os moradores foram visitados pelas equipes e cartazes foram previamente espalhados. Desde que as aves foram soltas, em julho, ao menos três indivíduos dispersaram e foram encontrados em menos de 72 horas, com ajuda da comunidade de Curaçá. A atual ararinha perdida é a primeira que passa mais tempo sem ser localizada.
DEZEMBRO: Doze ararinhas-azuis foram soltas na zona rural de Curaçá, no sertão baiano, habitat natural das aves. A soltura ocorreu no dia 10 de dezmebro.
Esta foi a segunda e a maior soltura do Plano Nacional da Ararinha-azul, desde março de 2020, quando 52 aves voltaram ao local de origem, oriundas da Alemanha, depois da ararinha spix ter sido considerada extinta na natureza.
CURIOSIDADES: A Ararinha-Azul é a menor das araras (em comparação com a Arara-Azul grande e a Arara-Azul-de-Lear), tem apenas 55 cm e pesa, em média, 350g;
O nome científico Spixi dá uma pista da cor das penas dessa ave, que tem um azul mais claro, quase acinzentado;
As ararinhas-azuis podem viver por 30 anos. Elas entram em fase de reprodução aos 4 e só param aos 24;
As ararinhas são bastante barulhentas, principalmente quando ficam assustadas. As que foram soltas em Curaçá, como estavam em um cativeiro, não são muito "amigas" do homem;
Elas gostam de viver em grupo, principalmente fora do período de reprodução.
As ararinhas costumam se alimentar no início da manhã e no final da tarde;
Elas têm 14 itens alimentares, gostam muito de sementes, principalmente do pinhão e fruto de favela;
Os predadores das ararinhas são os saruês, morcegos, abelhas europeias, africanizadas, serpentes e aves de rapina, como o gavião;
As ararinhas acasalam no período reprodutivo, produzem os ovos. Em seguida, tem a incubação, que ocorre em média durante 26 dias. Os filhotes levam aproximadamente 90 dias para sair do ninho;
O período reprodutivo das ararinhas-azuis acontece normalmente entre novembro e maio, quando Curaçá registra chuva;
As ararinhas-azuis tem um comportamento afetuoso e de proteção com os filhotes, enquanto eles estão nos ovos. A fêmea incuba os ovos durante a maior parte do tempo e o macho fica próximo ao ninho, de olho na família;
Os filhotes são incentivados pelos pais a caçar o próprio alimento. Com a chegada da maturidade, se tornam ainda mais independentes. As ararinhas querem que os filhos aprendam logo a deixar o ninho, porque enquanto estão no local, é o momento que eles mais sofrem riscos de predações;
As ararinhas-azuis podem viver por 30 anos. Elas entram em fase de reprodução aos 4 e só param aos 24;
As ararinhas são bastante barulhentas, principalmente quando ficam assustadas. As que foram soltas em Curaçá, como estavam em um cativeiro, não são muito "amigas" do homem;
Elas gostam de viver em grupo, principalmente fora do período de reprodução.
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