Rede de pesquisa em biodiversidade e sustentabilidade: formulação de biopesticidas a partir da flora brasileira. Este é o título do novo projeto de pesquisa da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) que foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto, que entrou em vigência em dezembro de 2022, tem como proposta formular e avaliar o potencial biotecnológico de biopesticidas naturais, utilizando plantas da flora brasileira.
A equipe do projeto, composta por 16 professores, é coordenada pelo professor Jackson Guedes, do Colegiado de Farmácia da Univasf, e pelo professor Leandro Machado Rocha, da Universidade Federal Fluminense (UFF). De acordo com Guedes, atualmente, na prática agrícola, são utilizados muitos insumos químicos de natureza sintética, produzidos em laboratório, gerando efeitos nocivos para o meio ambiente. “Esses pesticidas acumulam no solo e geram consequências negativas para a agricultura. O intuito é substituir os sintéticos, que causam impactos ambientais, e propor alternativas naturais para o controle dessas pragas, utilizando principalmente plantas dos biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Temos alguns estudos que mostram que essas plantas são ricas em moléculas que podem ter esse potencial inseticida”, pontua.
O pesquisador conta que a ideia para o projeto surgiu durante uma conversa com os colegas sobre o edital do CNPq voltado para a área da agricultura. “Vamos nos reunir para definirmos as primeiras etapas. Iniciaremos pela coleta das plantas, a preparação dos extratos e extração dos óleos essenciais, para que depois a gente possa incorporar esse material nas formulações e testar nas áreas experimentais que iremos definir com nossos parceiros”, relata.
O projeto conta com a participação de 10 instituições, além da Univasf, sendo elas a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb); Universidade Federal do Amapá (Unifap); Universidade Federal do Tocantins (UFT); Universidade Federal do Goiás (UFG); Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT); Universidade Federal de Viçosa (UFV); Universidade Federal Fluminense (UFF); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ) e Universidade de São Paulo (USP).
“Para a Univasf, o desenvolvimento desse projeto é importante pois proporciona a interação com pesquisadores de várias áreas do país, a maior parte deles são bolsistas do CNPq, que representa a mais alta qualificação que temos na pesquisa brasileira. Além disso, envolve a captação de recursos para comprar equipamentos e material de consumo para desenvolver a pesquisa. Temos boas perspectivas de no futuro solicitar patentes e lançar produtos no mercado com ação biopesticida no geral”, destaca Guedes.
Ascom
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