Uma velha conhecida voltou com força ao cenário nas unidades de saúde mineiras no ano passado, situação que pode se repetir este ano.
A dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, terminou 2022 com 93.074 casos prováveis em 2022, cinco vezes o total do ano anterior, envolvendo 66 mortes confirmadas e 19 ainda em investigação, segundo os últimos dados, divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde, na terça-feira (3).
Na capital mineira, 2.016 pessoas tiveram a doença e uma morreu, de acordo com o mesmo levantamento.
O panorama foi ainda mais grave em nível nacional, uma vez que no ano passado o Brasil se aproximou do recorde de contaminações e mortes pela doença, que foi registrado no país em 2015, segundo dados do Ministério da Saúde.
Mas se 2022 terminou, o mesmo não se pode dizer da dengue.
Segundo a virologista Jordana Coelho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os casos estão aumentando desde 2020, relacionados também à situação geral do país. “No início da pandemia de COVID-19, também registramos aceleração da dengue e, de cinco anos para cá, as campanhas diminuíram, além de ter havido decréscimo da qualidade de vida das pessoas em nosso país. Quando há uma precariedade de vida somada à diminuição dos recursos para questões básicas, como campanhas de saúde, a tendência é de aumento desse tipo de doença endêmica”, analisa, lembrando que a situação pode provocar “problemas seríssimos” para indivíduos e a saúde pública. “No caso da dengue, existe o quadro hemorrágico, que pode levar até à morte”, ressalta.
Jornal Estado de Minas Foto Fiocruz
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