Janeiro Verde: campanha faz um alerta para o câncer de colo do útero

O câncer de colo do útero, também chamado de câncer cervical, é o terceiro tumor maligno mais incidente entre mulheres brasileiras, depois do câncer de pele não melanoma. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o ano de 2023 foram estimados 17.010 casos novos da doença. Apesar de ser evitável, o câncer de colo do útero ocupa a quarta maior causa de morte no sexo feminino por câncer, no país.

Para conscientizar e reforçar a importância da prevenção e da detecção precoce da doença, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) chama atenção para a vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), principal causa do câncer de colo do útero, bem como a realização anual do exame preventivo, necessário para o diagnóstico precoce.

Especialista em cirurgia oncológica, o médico no HCP, Dr. Vandré Carneiro, explica que a infecção persistente do HPV, transmitido principalmente por meio das relações sexuais, é responsável pelo desenvolvimento do câncer de colo de útero. "A vacina contra o HPV é o método mais eficaz de evitar o aparecimento do câncer de colo de útero, uma vez que ela previne a infecção. Provavelmente, isso irá mudar a história natural da doença nas próximas gerações", diz.  Em geral, a doença é mais comum em mulheres que iniciaram a vida sexual cedo e que tiveram múltiplos parceiros. O tabagismo também é um fator de risco.

A segunda forma de evitar o surgimento do câncer é o exame preventivo – chamado de citologia ou, mais comumente, de Papanicolau. Através do exame, é possível diagnosticar e tratar lesões pré-malignas em mulheres infectadas pelo HPV, evitando que elas evoluam para um tumor maligno. Vale ressaltar que o tratamento não elimina o vírus do organismo e que, por isso, mulheres que já apresentaram lesões devem realizar um acompanhamento médico mais rigoroso. "Na imensa maioria das vezes, mesmo quando há a presença do HPV, a mulher não terá um câncer, principalmente se ela for submetida a exames de rastreio de forma eficaz", ressalta Dr. Vandré. A recomendação mais comum é que o preventivo seja realizado após a primeira relação sexual ou a partir dos 25 anos. No caso da vacinação, quanto antes o imunizante for aplicado, menor será a chance de desenvolver câncer do colo do útero na fase adulta. A vacina é oferecida para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos e protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.

O exame preventivo também é importante para diagnosticar o câncer de colo de útero em fase inicial. Nesse caso, quando for identificada uma lesão suspeita, a paciente será submetida a outros exames e procedimentos, como a colposcopia e a biópsia, e, se necessário, à cirurgia. "O câncer de colo de útero é curável, especialmente se diagnosticado na fase inicial, quando as taxas de cura podem ultrapassar 90%", destaca o cirurgião.

Ascom