Dez senadores acionaram o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União para garantir a continuidade da Operação Carro-Pipa.
O programa, que leva água potável a um milhão e seiscentos mil nordestinos, foi interrompido pelo Governo Federal neste mês. Ele é financiado com recursos do Exército em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional.
A suspensão teria ocorrido por falta de verbas. Pelo menos oito estados foram prejudicados. Em plenário, diversos senadores reagiram à interrupção. Segundo a senadora Daniella Ribeiro, do PP da Paraíba, os prefeitos das cidades que mais dependem desse serviço estão preocupados. Ela afirma que alguns só têm condições de manter o abastecimento de água por mais 15 dias.
Diante do corte na Operação Caminhão-Pipa, que impedirá a chegada de água potável para 1.6 milhão de pessoas no Nordeste, o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) protocolou uma Proposta de Fiscalização e Controle (PFC) para que a Câmara dos Deputados e o Tribunal de Contas da União (TCU) investiguem os impactos e a legalidade desse corte promovido pelo Governo Federal. O documento, protocolado na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara, reforça que esse ato vai contra ao interesse público e social ao impedir o acesso a um direito tão básico como a água para milhões de nordestinos.
A Operação Carro-Pipa tem uma história de mais de duas décadas levando água ao Sertão nordestino. A ação é feita por meio de recursos do Exército Brasileiro em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento Regional. Conforme apurado, os cortes começaram logo após o dia 30 de outubro, data do segundo turno das eleições presidenciais.
“É inevitável não pensar que se esse corte tão absurdo não parta de um revanchismo, de uma retaliação covarde contra o Nordeste por ser a região que menos deu votos ao presidente derrotado. Estamos vendo estados como Alagoas, Bahia, Paraíba e Pernambuco já começando a sofrer com a falta do acesso à água potável, em ação que pode ser classificada como mais uma das crueldades de Bolsonaro contra o povo pobre do país”, afirma Túlio.
O programa leva água para 468 municípios, fazendo mais de 3 mil caminhões-pipa circularem, entregando água potável para diversas famílias. Cada pessoa assistida tem direito a 20 litros diários. Logo, em uma casa com cinco pessoas, são 100 litros diários de água que pararam de chegar. No documento, o deputado federal pede urgência para que a situação seja investigada. “ é urgente que esta casa se posicione de maneira firme, com a urgência que o caso requer, para que o direito básico de acesso à água seja garantido “
Redação redeGN com informações agencia senado
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