COP 27: conheça a iniciativa de revitalização do Rio São Francisco que beneficia famílias ribeirinhas

Engana-se quem acha que os temas que estão sendo discutidos na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) estão muito distantes do cotidiano. 

Se antes a família da agricultora Joana de Fátima não conseguia explorar toda sua capacidade produtiva por falta de recursos para investir, agora a realidade é muito diferente. Isso acontece graças ao novo Sistema de Irrigação implantado através do Projeto Agroflorestando Bacias para Conservar Águas.

Esse projeto recentemente implementou 60 sistemas agroflorestais em duas comunidades quilombolas do município baiano de Muquém do São Francisco, localizado a 711km de Salvador. "Antes a gente sofria muito porque não podia comprar um sistema como esse, hoje a gente já está com o milho grande, tem hortaliças, tem a palma que vai ajudar na alimentação dos animais. Mudou nossa vida", conta Felipe Novaes, filho de Joana. 

A iniciativa, idealizada pela Organização Humana Brasil, recebeu R$ 1,6 milhão de investimento da MRV para a revitalização ambiental, reforçando o uso sustentável dos recursos naturais e aumento da disponibilidade de água em 16 hectares na bacia do São Francisco. 

Além disso, o projeto foi pensado para promover ações de educação ambiental à população das comunidades, garantindo segurança hídrica a população mais vulnerável, ensinando o conservacionismo do solo e da água, trazendo como tema a importância do rio e do seu ecossistema para a qualidade de vida das famílias ribeirinhas.  

Educação para conservar 

As 60 famílias quilombolas e ribeirinhas de agricultores foram alcançadas por cinco cursos de qualificação para uso ecologicamente correto dos recursos naturais, com metodologias participativas. Na oportunidade, a população foi incentivada a trocar as tradicionais práticas de monocultivo por uma técnica de cultivo agroecológica, por meio de sistema agroflorestal, com variedade de cultivo para a produção de alimentos orgânicos e mais nutritivos. 

"Teve um impacto positivo, foi um projeto que chegou para ficar e está atendendo várias famílias. Foram vários dias de aula prática, onde conseguimos aprender muita coisa e visitar outros lugares que já fazem esse tipo de cultivo. Ter a experiência prática foi muito importante pra gente", diz Felipe. 

Uma das formações ensinou aos ribeirinhos técnicas de limpeza dos rios e reflorestamento de espécies nativas para a manutenção do ecossistema local. As famílias do Muquém receberam ainda um aprisco com 5 animais para a produção de leite e queijos a fim de aumentar a renda familiar. 

Segundo o Diretor Executivo de Relações Institucionais e Sustentabilidade da MRV, Raphael Lafeta, os objetivos do projeto vão ao encontro do propósito da MRV de 'construir sonhos que transformam o mundo'. "Com esse propósito, buscamos ir além dos muros dos nossos empreendimentos, contribuindo para o desenvolvimento positivo da população das regiões onde atuamos".

O executivo ressalta que a empresa é a única construtora brasileira que, há seis anos consecutivos, integra o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, além disso, é signatária do Pacto Global da ONU desde 2016, que tem por objetivo mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção de medidas ESG tendo como base os ODS. 

Ascom