A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, respondeu a fala do bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, de que os fiéis deveriam perdoar Lula, presidente eleito no último domingo. Gleisi disse que o partido "dispensa" o perdão do bispo e que ele deveria pedir perdão a Deus pelas "mentiras que propagou". Macedo foi aliado do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) durante toda a eleição, e fez campanha contra a candidatura do petista.
Macedo foi opositor de Lula durante toda a campanha eleitoral, utilizando instrumentos da igreja para fazer campanha a favor de Bolsonaro. O bispo usou jornais distribuídos gratuitamente a fiéis para atacar Lula e cristãos que se consideravam de esquerda.
O bispo afirmou durante live publicada no Instagram que orou pela vitória de Bolsonaro, mas que agora é hora de seguir em frente. "Eu orei, ‘ó, Deus, quero que Bolsonaro ganhe’. Mas seja feita Vossa vontade. Eu pedi para ele fazer a vontade dEle e Ele fez. O que que eu vou fazer agora? Tocar a vida pela frente", comunicou o bispo.
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No segundo turno, Macedo chegou a declarar que as urnas mostrariam "quem é o Deus vivo, se é o da esquerda ou o da direita". Agora, o bispo adota um discurso de aceitação e perdão. “Vamos tocar o nosso barco, vamos andar para frente. O sentimento de mágoa só faz destruir”, afirma no vídeo. "Sua fé não vai valer de nada se você não perdoar", completa em outro momento.
Macedo começa o vídeo falando sobre um culto feito em Genebra, que teve o perdão como tema central. De acordo com ele, durante a pregação ele ouviu uma brasileira dizer que perdoava o Lula. "Todo mundo ouve ela gritar, ‘eu perdoo você, Lula, que fez tanto mal para o Brasil, que fez o que fez''', relata o bispo.
"E aí me veio o discernimento de quantas pessoas neste Brasil ou pelo mundo afora, especialmente cristãos, quantos devem ter ficado irados contra o Lula e magoados e agarraram um sentimento de mágoa contra ele. Ora, minha amiga e meu caro amigo, vamos colocar a cabeça no lugar, nós fizemos as nossas escolhas. Ei, e a escolha foi da maioria, obviamente, que votou."
O Globo
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