Pelo menos dois policiais federais foram atingidos por ataques desferidos pelo ex-deputado federal e aliado do presidente Jair Bolsonaro, Roberto Jefferson. De acordo com informações preliminares o ex-deputado teria usado armas de fogo e uma granada no ataque aos policiais.
O ataque causou preocupação na campanha de reeleição do presidente, que foi às redes sociais e repudiou o ataque, deixando nas entrelinhas uma crítica ao judiciário pelo que considera “inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP.
O presidente anunciou que o ministro da Justiça iria ao Rio de Janeiro acompanhar o caso: “Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP. Determinei a ida do ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio”, escreveu.
O ex-presidente Lula, pelas redes sociais, lamentou o fato e atribuiu o episódio ao clima de ódio da campanha de Bolsonaro: “Ele conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa e que espalha fake News”, disse.
“Eu fui informado que não só trocou tiros como soltou uma granada nos policiais (...). Não é um comportamento adequado, não é um comportamento normal (...) Nós disputamos tantas eleições, tantas eleições, há 50 anos que disputamos eleições, a gente nunca viu uma aberração dessa, uma ofensa dessa, uma cretinice dessa que esse cidadão que é o meu adversário estabeleceu no país. Ele conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa e que espalha fake news o dia inteiro sem se importar se o filho dele está vendo, ouvindo a mentira ou não. É desrespeito pela sociedade. Eu acho que isso gera comportamento como esse do Roberto Jefferson”, disse.
O presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), escreveu: “As atitudes repugnantes que ofenderam a ministra Cármen Lúcia e a deputada Marina Silva, duas valorosas mulheres brasileiras, não representam a nossa sociedade, que busca um país com mais equilíbrio, serenidade e igualdade. Preocupa-nos quantos fatos desses, a todo instante, acontecem com as mulheres Brasil afora sem que tenhamos conhecimento. Puni-los e calá-los é obrigação moral das instituições, principalmente da Justiça Penal. O Estado democrático de Direito confere liberdades ao cidadão, jamais o direito de praticar crimes e violar direito alheio”, anotou.
Tania Prado, presidente da Federação Nacional dos Delegados da PF (Fenadepol) e do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo também se manifestou: “Os fatos ocorridos hoje são gravíssimos, trata-se de tentativa de homicídio qualificado praticado contra policiais federais, uma afronta ao Estado constituído, e merece punição exemplar ao seu autor”, pontuou.
Da redação redeGN
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