"Pra gente aqui ser poeta e fazer rima completa não precisa de professor basta ver um poema em cada galho e um verso em cada flor...Pra toda parte que eu olho Vejo um verso se bulí"...
Os versos acimas autoria de Patativa do Assaré pode traduzir o sentimento de quem anda em Juazeiro e Petrolina e tem um olhar especial para os fenônemos da natureza, em especial nas margens do Rio São Francisco.
Com o período seco e de de baixa umidade relativa do ar na região de Juazeiro e Petrolina de um lado, um fenômeno chama atenção, um dos eventos mais belos da natureza brasileira, a floração dos ipês, árvore símbolo. Essas árvores têm diferentes cores, roxo (variações do rosa), rosa, branco e o mais comum o amarelo.
Copas amarelas tomaram a paisagem de Juazeiro e Petrolina e fazem refletir aqueles que encaram a seca apenas como tempo cinzento de queimadas e vegetação marrom
Conforme foto da REDEGN, as árvores coloridas reforçam a ideia da renovação e da resiliência. Quem não parou para admirar a beleza dos ipês no meio da correria do dia a dia? Tirar aquela tradicional foto ao lado das árvores que colorem Juazeiro e Petrolina virou marca registrada. Alguns colecionam várias fotografias de anos anteriores e não perdem uma floração, outros curtem apenas observar e há aqueles que têm a sorte de contemplar em frente de casa um jardim de ipês.
A reportagem da redeGN flagra mais uma vez, a floração de alguns Ipês, acácia-amarela, em Juazeiro e Petrolina dando sinais da renovação da natureza.
Neste mês de outubro e novembro, a tendência agora é de calor, secura e continuidade da estiagem.
A bióloga e mestre em ecologia Paula Ramos Sicsú explica que os ipês florescem em períodos diferentes. O primeiro a florir é o roxo, seguido do amarelo, do branco e, por último, o rosa. “É normal que eles não floresçam no mesmo período, porque isso é uma vantagem evolutiva, tanto para os polinizadores, que terão comida por mais tempo, quanto para as plantas, que, ao longo da evolução, acharam por bem o espaçamento para que garantissem a produção das estruturas reprodutoras”, destaca.
PATATIVA DO ASSARÉ:"Aquela árvore pobre e ressecada/ Pelos feios carunchos corroída/ Foi outrora, na luz da sua vida/ Qual rainha do campo, coroada/ É um velho pau-d´arco, e quem da estrada/ O contempla, sente ainda dolorida/ A sua haste parece assim erguida/ A estátua da glória já passada/ Aqui dentro do peito eu também tenho/ Infeliz coração, fiel desenho/ Do pau d´arco daquela soledade/ Com o peso dos anos abatido/ Sem prazer, sem amor e carcomido/ Dos carunchos cruéis de uma saudade".
Segundo Paula, há períodos críticos, também, nos quais algumas espécies podem ser encontradas fora da época. “Às vezes, teremos amarelo ou rosa fora da época, mas, em geral, eles vêm juntos, estão síncronos. A variabilidade é algo natural”, afirma. Para a bióloga, independentemente da cor, o importante é aproveitar a beleza das árvores.
Gildo Jose da Silva, multiplicador da agroecologia, diz que outubro é o auge da florada dos ipês. Os ipês são conhecidos por caibrera (Ipê amarelo) e pau d´arco (Ipê rosa). Os ipês são caducifólias, ou seja, perdem todas as folhas que são substituídas por cachos de flores de cores intensas. São árvores de grande porte que gostam de calor e sol pleno, sendo assim, se explica a grande quantidade de ipês nas regiões de sertão, agreste e Cariri.
Além de belos os ipês são místicos, sendo usada no semiarido para procurar água no subsolo pelos adeptos da radiestesia. “Isso funciona porque todas as pessoas têm a capacidade de perceber, inconscientemente, as radiações do ambiente, como as que são produzidas pela água em movimento. Elas geram impulsos musculares que acabam se refletindo na forquilha”, afirma Sérgio Areia, presidente da Associação Brasileira de Radiestesia (Abrad).
Redação redeGN Texto e Fotos Ney Vital
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