O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, que presidiu a Corte de 1997 a 1999, divulgou uma nota na noite da terça-feira (27) em que declara voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No texto, ele critica a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
“Em defesa da sacralidade da Constituição e das liberdades fundamentais, em prol da dignidade da função política e do decoro no exercício do mandato presidencial e em respeito à inviolabilidade do regime democrático, tenho uma certeza absoluta: não votarei em Jair Bolsonaro! É por tais razões que o meu voto será dado em favor de Lula no primeiro turno”, escreveu.
O primeiro turno das eleições estão marcados para o próximo domingo (2).
O ex-ministro, que se aposentou em 2020, criticou “atos e declarações” de Bolsonaro. Segundo ele, o presidente “perigosamente nega reverência à ordem democrática, ao primado da Constituição e aos princípios fundantes da República”.
Para o ex-ministro, Bolsonaro “degradou a dignidade do ofício presidencial” ao apresentar “desapreço ao regime em que se estrutura o Estado Democrático de Direito”.
Também na terça-feira, outro ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, divulgou um vídeo em apoio a Lula. Em sua fala, ele defendeu a democracia, disse ter confiança no processo eleitoral e criticou Bolsonaro.
O também ex-ministro do STF Marco Aurélio afirmou à CNN que no primeiro turno adotará “escolha livre” para Presidência. Caso a decisão vá para segundo turno, ele diz que não votará em “políticos que foram condenados por crime contra a administração pública”.
Confira a nota de Celso de Mello na íntegra:
“A atuação de Bolsonaro na Presidência da República revelou a uma Nação estarrecida por seus atos e declarações a constrangedora figura de um político menor, sem estatura presidencial, de elevado coeficiente de mediocridade, destituído de respeitabilidade política, adepto de corrente ideológica de extrema-direita que perigosamente nega reverência à ordem democrática, ao primado da Constituição e aos princípios fundantes da República e cujo comportamento vulgar, de todo incompatível com a seriedade do cargo que exerce , causou o efeito perverso de vergonhosamente degradar a dignidade do ofício presidencial ao plano menor de gestos patéticos e de claro (e censurável) desapreço ao regime em que se estrutura o Estado Democrático de Direito! Em defesa da sacralidade da Constituição e das liberdades fundamentais, em prol da dignidade da função política e do decoro no exercício do mandato presidencial e em respeito à inviolabilidade do regime democrático , tenho uma certeza absoluta: não votarei em Jair Bolsonaro! É por tais razões que o meu voto será dado em favor de Lula no primeiro turno”.
CNN / foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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