O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou que 50 mil vacinas irão chegar ao Brasil em Setembro para ajudar no combate da Varíola dos Macacos - doença causada pelo vírus Monkeypox.
Esta primeira remessa será destinada para os profissionais da saúde, contudo, o número ainda é pequeno, principalmente ao levar em consideração que o Centro de Operações de Emergência (COE Monkeypox) classificou a doença no país com nível máximo de alerta. Além dos casos em adulto, no dia 8 a Bahia registrou o primeiro caso de contaminação infantil, com uma criança de 2 anos em Salvador.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a varíola do macaco foi detectada pela primeira vez em seres humanos no ano de 1970, na República Democrática do Congo, em um menino de nove anos. Já em 2003 ocorreu o primeiro surto da doença fora do continente africano, mas de forma controlada. Apenas em 2022, ainda em processo de erradicação da Covid-19, que a Monkeypox eclodiu de forma endêmica fora da África.
O fato de ser uma doença antiga, já existente, justifica o aparecimento rápido de uma vacina. "Atualmente existem vacinas contra a varíola dos macacos, produzidas devido a epidemias de proporções menores que ocorreram em momentos anteriores na história. A grande questão é que não se esperava um surto com esta proporção e o desafio é a produção das vacinas em larga escala, para acompanhar a atual situação", pontua o mestre em Bioquímica e Biologia Molecular, Rodrigo Cunha.
A doença pertence à mesma família e gênero da varíola humana, considerada erradicada na década de 80. Logo, a Monkeypox ainda não tem uma vacina específica, mas três vacinas contra a varíola humana estão sendo utilizadas: MVA-BN (feita de um vírus vivo, mas sem capacidade de se replicar); ACAM2000 (vacina feita com o vírus "Vaccinia" vivo, que tem capacidade de se replicar); e LC16 (feita com o vírus atenuado da varíola humana, com capacidade mínima de replicação).
Ainda não se sabe qual vacina foi comprada pelo Ministério da Saúde e qual data o primeiro lote chegará ao Brasil. Contudo, Rodrigo destaca a importância de não se escolher a vacina, como aconteceu durante a imunização contra a Covid-19. "A proposta de ter mais de um tipo de vacina não é para a escolha dos usuários dos serviços de saúde, e sim para contemplar um maior número de pessoas imunizadas em menor tempo", afirma o especialista, que também é professor da faculdade em Salvador da Rede UniFTC.
Rodrigo também acrescenta a importância da consciência coletiva durante a vacinação: " As vacinas vêm sendo aplicadas há anos com o objetivo de proteger e frear a disseminação dos microrganismos, como os vírus. Muito embora sabemos que existem casos que requerem um acompanhamento médico mais próximo, mas escolher arbitrariamente pode atrapalhar as estratégias das autoridades de saúde".
Ascom UniFTC Foto: Ilustrativa
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