Luiz Gonzaga do Nascimento, o menino da cidade de Exu, na Serra do Araripe, no Sertão Pernambucano, cantou o Nordeste e encantou o Brasil com gêneros musicais como a toada, o xaxado, o baião e o xote. A data do seu nascimento, 13 de dezembro, foi celebrado o Dia Nacional do Forró e “Asa Branca”, música composta em parceria com Humberto Teixeira, 75 anos, fez-se o hino da identidade musical nordestina.
Na terça-feira (2), completou 33 anos sem Gonzagão e o artista teve diversas homenagens pelo Brasil afora. Numa delas a Rádio Tupi, Rio de Janeiro destacou a importância da voz e sanfona de Luiz Gonzaga para o cenário da música brasileira.
O cantor, compositor e instrumentista brasileiro, filho de Gonzaguinha e neto de Luiz Gonzaga, Daniel Gonzaga, falou com orgulho do legado do avô. Saudar Luiz Gonzaga é saudar a Música Popular Brasileira em toda a sua beleza. O cantor Fagner e a cantora Anastácia também celebraram o Rei do Baião.
Tato, vocalista da banda Falamansa, disse que conheceu a obra do Rei do Baião ainda criança, nos festejos juninos.
O jornalista e radialista, Carlos Henrique Oliveira, ressaltou o pioneirismo de Luiz Gonzaga.
RÁDIO: Segundo o crítico Ricardo Cravo Albin, Luiz Gonzaga não era “só o melhor entre todos os cantores de alma sertaneja, mas também o mais importante cantor-músico-compositor que o Nordeste já produziu”. "Gênio", que Cravo Albin compara a Ary Barroso, Pixinguinha, Tom Jobim ou Chico Buarque.
Não foi fácil a vida de Luiz Gonzaga do Nascimento até ser aceito pelo público e pela crítica. O músico nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na cidade de Exu, Pernambuco. Para sobreviver, passava o chapéu para arrecadar uns trocados nos bares da zona do baixo meretrício depois de tocar as músicas sertanejas que aprendeu com os amigos do Exército.
Em 1940, no Rio de Janeiro, procurou uma oportunidade nos programas de calouros. Na primeira vez, foi reprovado no Calouros em Desfile, de Ary Barroso, na Rádio Tupi, e no programa Papel Carbono, de Renato Murce, na Rádio Clube.
Até que, um dia, no Bar Cidade Nova, no Mangue, estudantes cearenses pediram que ele tocasse música nordestina. Voltou para seu humilde quarto para ensaiar e passou a se lembrar dos velhos ritmos nordestinos. Outra vez, no bar, um fato inesperado aconteceu. Juntou gente da rua para ouvir a música "Vira e mexe". O bar ficou lotado.
Ao se apresentar novamente no programa Calouros em Desfile, obteve a nota máxima, 5, raramente dada a alguém pelo exigente Ary Barroso.
Luiz Gonzaga se inspirou no gaúcho Pedro Raimundo, um sujeito alegre, que se apresentava como sulista no rádio. Decidiu imitá-lo, na Rádio Nacional. Apresentou a novidade, foi aceito, mas o figurino do Nordeste foi rejeitado. O diretor Floriano Faissal disse que ali não era “casa de cangaceiro”. O artista teria que vestir um summer, traje formal que não tinha nada a ver com a sua música. Aos poucos, porém, os dirigentes e apresentadores das emissoras se acostumaram com o traje e com o fato de Luiz Gonzaga ter abandonado as valsas, os tangos e os foxtrotes, que apresentava anteriormente. Seu jeito de cantar foi aceito aos poucos, com muita luta para vencer os preconceitos.
Em 1943, Luiz Gonzaga assinou o primeiro contrato para atuar fora do Rio de Janeiro, fazendo uma temporada no Cassino Ahu, em Curitiba. Começou a ser chamado de “o maior acordeonista do Brasil”. Nesse ano também ganhou o apelido "Maior Sanfoneiro Nordestino”, dado pelo então jovem radialista César de Alencar.
Luiz Gonzaga se consagrou como um dos mais talentosos intérpretes da música popular brasileira. Ele morreu no dia 2 de agosto de 1989, no Recife, aos 76 anos.
Redação redeGN Foto Ilustrativa
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