A falta de água na zona rural de Juazeiro, Bahia, continua atormentando moradores. Dezenas de comunidades denunciam a situação que se agrava a cada dia. No mês de maio a REDEGN denuciou a situação dramática devido a falta de água na zona rural de Juazeiro. Passado dois meses a situação está mais grave.
O vereador Mitu do Sindicato divulgou que fez cobranças junto a Prefeitura de Juazeiro, devido o fato das comunidades que estão comprando água, além do interior, na sede também é constante a falta de água.
Devido à estiagem e o corte de verbas por partes do Governo Federal para operação Carro Pipa, o município de Juazeiro vem sofrendo escassez de água, comunidades com mais de 90 dias sem receber a visita de um carro.
"A comunidade de Panelas e Pateiro em Salitre está sofrendo muito com a falta de água. Um absurdo! Essa reclamação é antiga. Peço que a prefeita de Juazeiro leve água para o povo. A água faz-se necessária em todos os aspectos da vida, sendo necessário ofertar água de boa qualidade para toda a população", disse.
Segundo ele, é preciso que as autoridades competentes olhem a questão com mais atenção. "É uma falta muito grande de água. Não justifica uma comunidade ficar tanto tempo nessa problemática. A gente cobra como vereador, pois é nossa obrigação. Precisamos denunciar o descaso dentro do município. Peço em caráter de urgência a contratação de carro pipa para suprir a necessidade dos nossos munícipes", concluiu Mitu.
No mês de maio a REDEGN denuciou a situação dramática devido a falta de água na zona rural de Juazeiro. Confira:
De acordo com a Organização das Nacões Unidas (ONU), uma pessoa gasta por mês 3,3 mil litros de água, ou cerca de 100 litros por dia. Em Juazeiro, Bahia, estes dados estão muito longe da realidade que poderia garantir o mínimo de qualidade de uma vida digna.
A situação de alguns moradores da zona rural de Juazeiro é dramática. A REDEGN obteve a informação que existe uma "rota deserta", ou seja, a falta de carros pipa e a extrema necessidade da distribuição de abastecimento de água em algumas localidades rurais.
As chuvas registradas nos últimos meses não aliviam o sofrimento de centenas de moradores da zona rural. A REDEGN investigou que algumas comunidades estão sem receber água. A água deveria ser distribuída pelo Exercito Brasileiro dentro do Programa do Governo Federal, em parceria com a prefeitura. Com as chuvas caídas na região existe um engano, ao se pensar que a situação é de barreiros cheios em todos os lugares e ou cisternas cheias.
Detalhe: a Prefeitura de Juazeiro reconheceu situação de emergência devido ao período de estiagem no município em 2022. O decreto foi publicado no Diário Oficial publicado na sexta-feira (29) de abril.
De acordo com o decreto, a situação de emergência vale por 180 dias. Segundo o decreto, nesse período está autorizada a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob a coordenação da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil nas ações de resposta ao desastre e reconstrução das áreas afetadas.
Segundo a prefeitura, a estiagem tem provocado danos consideráveis como “aminguamento da vazão média dos reservatórios de abastecimento de água para o consumo humano”, além de afetar “diretamente a normalidade da distribuição de abastecimento de água potável para as populações da Zona Rural do Município”.
O agricultor Adailton Almeida de Oliveira, uma liderança comunitária rural, diz que a solução definitiva seria a Construção de um Canal ou Adutora, ele reside no Distrito de Pinhões, e acompanha o drama de centenas de agricultores que ainda precisam de ter o abastecimento através de carro pipa.
A REDEGN fez contato com o Comando do Exercito Nordeste para obter informações sobre a distribuição de água nas localidades de Juazeiro-Bahia, mas não obteve resposta. O Exército Brasileiro coordena a ‘Operação Carro-Pipa’, financiada pelo Governo Federal.
Um motorista de caminhão pipa (ele prefere não ser identificado) relatou a reportagem da REDEGN que "houve um sucateamento do programa, o repasse foi menor e aumento no combustível minou o trabalho”. Conforme conta, alguns colegas que ainda atuam para o Operação Carro Pipa diminuíram a frota ou estão desistindo por não compensar mais.
OPERAÇÃO CARRO PIPA:
O Programa de Distribuição de Água Potável no Semiárido Brasileiro foi implementado pelo Governo Federal há mais de 20 (vinte) anos. Seu objetivo é realizar o abastecimento de água potável para o consumo humano no Polígono da Seca Nordestino, norte de Minas Gerais e Espírito Santo.
As atividades da Operação Pipa compreendem à distribuição de água potável, preferencialmente por meio de carros-pipa, às populações rurais e urbanas atingidas por estiagem com prioridade para os municípios que encontram-se em situação de emergência ou estado de calamidade pública.
O 28º Batalhão de Caçadores é responsável pela Operação no estado de Sergipe, compreendendo 75 (setenta e cinco) municípios e ainda, por uma área do nordeste do estado da Bahia, composta por 35 (trinta e cinco) municípios.
Atualmente o 28º Batalhão de Caçadores executa as ações em 28 (vinte e oito) municípios, sendo 13 (treze) no estado de Sergipe e 15 (quinze) no estado da Bahia. Mensalmente, o 28º Batalhão de Caçadores envia para os municípios que estão com a Operação Pipa “em execução” cerca de 70 (setenta) militares para realizarem as atividades de fiscalização, as quais compreendem: a fiscalização da documentação dos motoristas (pipeiros) e seus respectivos caminhões, as condições higiênicas e estruturais das cisternas, a quantidade de água distribuída por povoado e ainda, a conferência dos trabalhos realizados pelos pipeiros.
O 28º Batalhão de Caçadores realiza, atualmente, a entrega de água potável em 5158 (cinco mil cento e cinqüenta e oito) pontos de abastecimento, atendendo a uma população de 166.505 (cento e sessenta e seis mil e quinhentos e cinco) habitantes. Para cumprir esta demanda contrata 314 (trezentos o quatorze) pipeiros que transportam mais de 108 mil m3 de água por mês.
Redação redeGN Foto Ilustrativa
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