O papa Francisco pediu hoje (21), no Vaticano, aos líderes mundiais que prestem atenção ao "coro de gritos de angústia" da Terra, decorrente das mudanças climáticas, condições climáticas extremas e perda de biodiversidade.
Em uma mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, ele solicitou às nações que enfrentem as mudanças climáticas com a mesma atenção de desafios globais como guerras e crises de saúde, dizendo que o aquecimento global prejudica mais as populações pobres e indígenas.
Francisco afirmou que os países ricos têm uma "dívida ecológica" porque são eles que causaram a maior poluição ambiental nos últimos dois séculos, prejudicando o ritmo da natureza.
"Tragicamente, essa doce canção é acompanhada por um grito de angústia. Ou melhor ainda: um coro de gritos de angústia. Em primeiro lugar, é nossa irmã, mãe Terra, que grita. Vítima de nossos excessos consumistas, ela chora e implora que acabemos com nossos abusos e com a destruição dela", escreveu.
Serviços de emergência têm atuado contra incêndios florestais em partes do sul da Europa em meio a ondas de calor brutais nesta semana, provocando alertas de que a luta contra as mudanças climáticas precisa ser intensificada.
O apelo ocorre alguns dias antes de o papa partir para uma viagem ao Canadá, onde se reunirá com indígenas em Iqaluit, no ártico canadense, que faz parte da região de aquecimento mais rápido da América do Norte.
"Expostos à crise climática, os pobres sentem ainda mais gravemente o impacto da seca, inundações, furacões e ondas de calor cada vez mais intensas e frequentes", disse o papa.
Ele acrescentou que, "da mesma forma, nossos irmãos e irmãs dos povos indígenas estão clamando. Devido a interesses econômicos predatórios, suas terras ancestrais estão sendo invadidas e devastadas por todos os lados, provocando um grito que sobe aos céus."
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