A plataforma de vídeos YouTube retirou do ar na segunda-feira (18) um vídeo do canal do presidente Jair Bolsonaro (PL) em que ele falava sobre urnas eletrônicas.
O vídeo é uma live transmitida em 29 de julho de 2021 em que o presidente questionava a segurança do sistema eleitoral, sem apresentar provas. A transmissão ainda está disponível na íntegra no canal TV BrasilGov, mantido pelo governo federal no YouTube.
Desde o início de seu mandato, Bolsonaro acusa “falta de transparência” no sistema de votação e alega fraude nas eleições presidenciais de 2014 e 2018. As acusações foram desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os argumentos usados na transmissão do ano passado foram repetidos pelo presidente em reunião com embaixadores na segunda-feira.
Na reunião com representantes estrangeiros, na segunda-feira, Bolsonaro voltou a criticar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes.
Em julho de 2021, o YouTube já havia derrubado vídeos de Bolsonaro em que ele divulgava informações incorretas sobre tratamentos contra a Covid-19. Em outubro do mesmo ano, a plataforma também derrubou conteúdo falso divulgado pelo presidente que associava a vacinação com a Aids.
Em nota enviada à CNN, o YouTube afirmou que as diretrizes da plataforma estabelecem regras que “devem ser seguidas por todos os usuários”. “Temos trabalhado para manter nossas políticas e sistemas atualizados de forma a dar visibilidade a conteúdo confiável e reduzir a disseminação de informações enganosas, permitindo, ao mesmo tempo, a realização do debate político”, diz a empresa.
O YouTube também afirmou que, desde março de 2022, remove “conteúdo com alegações falsas de que as urnas eletrônicas brasileiras foram hackeadas na eleição presidencial de 2018 e de que os votos foram adulterados”. “Esse é um dos exemplos do que não permitimos de acordo com nossa política contra desinformação em eleições”, disse.
Em relação à transmissão da reunião de Bolsonaro com embaixadores, a empresa afirmou que analisa o caso.
A CNN procurou o Palácio do Planalto sobre a retirada dos vídeos e aguarda resposta.
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