Indicada como presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, já traçou um plano para enfrentar as denúncias de assédio sexual envolvendo o seu antecessor Pedro Guimarães. Ele deixou o cargo nesta quarta-feira, após acusações de assédio sexual de funcionárias, que estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal.
Daniella deve tomar posse na terça-feira (5) e um dos primeiros atos é a criação de um comitê de crise para apurar o relato das vítimas.
Uma das ideias dela é afastar outros integrantes da instituição que tenham tido participação no escândalo. Segundo algumas denúncias, há casos de um vice-presidente de Guimarães que atuava em conjunto com o então presidente nos casos de assédio.
Banco abafava casos
Há ainda relatos que indicam que houve um acobertamento de denúncias no banco. No alto escalão, são 12 vice-presidências e duas diretorias (jurídica e auditoria), vinculadas diretamente à presidência do banco.
A pessoas próximas, Daniella tem dito que compreende a dor de funcionárias da Caixa que denunciaram casos de assédio. A nova presidente do banco fez carreira no mercado financeiro e conta que teve que encarar o machismo na profissão para impor respeito.
Após a queda de Guimarães, a assessoria da Caixa admitiu que Corregedoria do banco recebeu denúncias e instaurou um processo de investigação em maio deste ano. As testemunhas alegam que o assédio começou no início da gestão de Guimarães, em janeiro de 2019.
Daniella chega ao comando da Caixa com carta branca do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, para fazer todas as mudanças que achar necessárias.
Trânsito político
Braço direito de Guedes, ela participou do governo de transição e, logo em seguida, se mudou do Rio para Brasília com filho de quatro anos.
Participou, praticamente, da elaboração de todas as medidas gestadas na pasta da Economia. Era presença constante nas reuniões com Guedes. Em março, costurou com o Sebrae e a Caixa um programa voltado às mulheres. Reuniu várias empresárias para um encontro com Bolsonaro.
Ao contrário do ex-chefe, criticado pela falta de traquejo político, Daniella atua com desenvoltura no Congresso, tem interlocução com os políticos do Centrão, que tem como principais expoentes, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Agência O Globo / foto: Reprodução/Agência Brasil
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