Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (1º) o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a pasta realiza o monitoramento constante da situação epidemiológica da varíola dos macacos.
“No Brasil, nós observamos três casos [suspeitos] – a situação é de monitoramento, nós estamos nos reunindo diariamente na sala de situação para acompanhar a evolução das contaminações”, disse o ministro.
De acordo com Queiroga, o Brasil conta com três laboratórios aptos a fazer o diagnóstico da varíola dos macacos: a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.
“Nós trabalhamos em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde para que, se houver essa necessidade, termos vacinas para aplicar no público-alvo. É um público muito restrito pelo que sabemos hoje, são aqueles profissionais de saúde que ficam em contato direto com esses eventuais pacientes”, disse.
Covid-19
Queiroga também avaliou o momento atual da pandemia de Covid-19 no país durante a entrevista.
“Não vivemos mais uma emergência de saúde pública de importância nacional e a decisão do ministério foi sustentada em bases técnicas”, disse Queiroga. “Hoje, graças às políticas públicas adotadas pelo Ministério da Saúde – que eu destaco que a principal é a forte campanha de vacinação, nós conseguimos reduzir fortemente o número de óbitos. A média móvel de óbitos dos últimos dias e até meses é inferior a 120 casos por dia”, afirmou.
O estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), causado pela pandemia da Covid-19, foi encerrado no dia 22 de maio. Para tomar esta decisão, o ministério considerou a capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde (SUS), a melhora no cenário epidemiológico no país e o avanço da campanha de vacinação.
De acordo com o ministro, o aumento dos casos da doença registrado recentemente no país é uma tendência natural diante da flexibilização de medidas de restrição.
“Naturalmente que os estados e municípios já tinham flexibilizado medidas, como por exemplo o uso de máscaras, já era um fato. Rio de Janeiro e São Paulo realizaram carnavais fora de época e essas medidas de flexibilização naturalmente fazem com quem os casos aumentem“, disse.
Queiroga afirma que o aumento dos casos também está associado à variante Ômicron, altamente transmissível em comparação com as outras linhagens do novo coronavírus.
“Essa variante Ômicron é mais transmissível mas, felizmente, com a população amplamente vacinada, não há uma pressão demasiada sobre o sistema de saúde e nós temos o número de óbitos dentro de um patamar que é bem inferior dos mais de 3 mil casos do passado”, afirmou o ministro.
Vacinação
De acordo com o ministro, já foram distribuídas mais de 500 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 aos estados e municípios brasileiros. “Mais de 80% já recebeu o esquema vacinal primário. Avançamos numa primeira dose de reforço que, naqueles acima de 50 anos, a cobertura é ampla. Agora, autorizamos uma dose de reforço para os adolescentes”, disse Queiroga.
Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda a 2ª dose de reforço aos idosos a partir de 60 anos e para a população imunossuprimida. A segunda dose de reforço deve ser feita quatro meses após a primeira. A orientação é que o segundo reforço seja feito, preferencialmente, com a Pfizer.
Segundo Queiroga, o Ministério da Saúde avalia junto aos grupos técnicos que assessoram a pasta a ampliação deste público para contemplar pessoas acima de 50 anos de idade.
Em nota, o ministério afirmou que “A inclusão de novos grupos na campanha de vacinação contra a Covid-19 está em discussão pela Câmara Técnica Assessora em Imunizações. Qualquer eventual alteração será detalhada por meio de nota técnica”.
CNN / foto: reprodução
0 comentários