O ajudante de pedreiro Joilson Oliveira está há quase um ano à espera por uma cirurgia na coluna por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. A situação o preocupa já que está desempregado porque sente fortes dores, situação que o impede de trabalhar.
Joilson Oliveira tem artrodese lombar, causa compressão perto da lombar. O ajudante de pedreiro revela que tem dificuldade até para andar do quarto à cozinha, quando precisa de um copo de água.
“Eu estou com dificuldade de me locomover. Só fico mais deitado, sentindo muitas dores na articulação e na lombar. Dói demais, então fico mais deitado, só sofrendo nessa cama”, contou.
Ajoelhar, descer ou subir escadas, carregar peso e até ficar parado em pé por alguns minutos são ações que há mais de um ano Joilson não consegue fazer.
O ajudante de pedreiro começou a sentir fortes dores na coluna em março do ano passado enquanto trabalhava. Ele fez uma cirurgia de hérnia, mas as dores continuaram e se agravaram.
"Eu já estava com esse problema, só que eu fui descobrir tudo junto. Eu que tinha que fazer uma cirurgia da hérnia e depois da coluna, só que a da coluna ficou [sem]", disse Joilson.
Há mais de um ano Joilson não consegue sair da cama. O pedido para a cirurgia foi feito em 27 de julho de 2021. De lá pra cá, exames precisaram ser refeitos e, até agora, a família não tem ideia de quando a cirurgia vai acontecer.
“Hoje ele está em uma lista única onde encontramos dificuldades muito grandes. A central simplesmente informa que temos que esperar, mas assim, estamos vivendo um momento muito complicado”, relatou o cunhado de Joilson, Gilson Xavier.
Desempregado e sem receber o auxílio doença por causa dos atrasos com a greve do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a família não tem condições de pagar a cirurgia. Os familiares dependem do SUS para que o trabalhador passe pelo procedimento.
Uma espera que, segundo Gilson, tem causado angústia para família.
“Ele está acamado, sem trabalhar e minha irmã que, graças a Deus, está tendo recursos para manter pelo menos o básico. A família ajuda da forma como pode, conseguimos fazer exames”, disse.
O advogado da Secretaria de Saúde do município, Jamilton Oliveira Cardoso, explica como funciona o fluxo de marcação de consultas, exames e procedimentos.
“O paciente que teve uma necessidade de saúde pode se dirigir a um dos postos de atendimento, normalmente algum próximo a sua localidade ou algum hospital, se for uma demanda de urgência e emergência".
Conforme o advogado, uma vez que o paciente é recepcionado dentro de algum Centro de Atendimento da rede SUS é identificado qual é a carência e a necessidade dele (medicamento ou cirurgia). Depois, o paciente é cadastrado no sistema.
"Se for a cirurgia, ele é encaminhado para a central de marcação e aí ele vai para uma fila de espera, em que a depender do tipo da cirurgia, ela pode ser gerenciada pelo município ou estado. Essa fila de espera que as vezes o município não tem uma gestão dela”, explicou.
Por isso, como último recurso a família vai acionar a Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA) por meio da Câmara de Conciliação de Saúde. Um serviço oferecido com o objetivo de cobrar do município e do estado, uma reposta e agilidade.
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que há um cadastro em nome do paciente Joilson Oliveira no sistema lista única. Disse ainda que os procedimentos são agendados conforme disponibilidade das unidades que executam cada tipo de serviço.
G1 Reprodução TV Sudoeste Foto Ilustrativa
0 comentários