O governo federal foi alertado por diretores da Petrobras sobre riscos de desabastecimento de diesel, segundo informações da agência Reuters divulgadas nesta terça-feira (24).
O alerta soa em particular para o terceiro trimestre, época em que o transporte de soja, principal commodity brasileira, chega ao auge e demanda mais combustível.
A escassez de diesel vem sendo sentida no mundo todo e foi especialmente agravada pela Guerra na Ucrânia.
O comunicado vem na esteira de uma série de mudanças que envolvem a estatal. O governo federal anunciou, na noite da última segunda-feira (23), mais uma troca na presidência da Petrobras — a quarta em dois anos. Quem deve assumir o cargo é Caio Mário Paes de Andrade, em substituição a José Mauro Coelho, indicado no último 6 de abril.
De acordo com especialistas, possibilidade de desabastecimento de diesel pode incitar uma resposta de viés político em ano eleitoral, fortalecida, também, pela escolha do novo presidente da estatal.
O governo, diante de todo esse cenário, busca passar a mensagem de que está fazendo esforços para combater a alta de preços, mesmo sabendo que essas mudanças não vão resultar em redução de preços para o consumidor.
O máximo que pode acontecer, segundo analistas de mercado, é que os aumentos fiquem mais espaçados. Na prática, o que o consumidor vai sentir na ponta é que os preços vão continuar caros.
Se os preços não acompanharem a mesma velocidade do mercado internacional, paridade defendida pelas regras da estatal, há dois caminhos possíveis.
O primeiro é a interpretação de que o governo está partindo para o tudo-ou-nada. Mudar o estatuto e a diretoria da Petrobras traz problemas gigantescos, como já vimos em gestões passadas. O segundo caminho possível é dessa pressão do governo não ser acatada pelos diretores, que, eventualmente, podem pedir demissão, como também já aconteceu antes.
CNN / foto: Flávio Emanuel/Agência Petrobras
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