O Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI) organizou um grupo de sete pesquisadores em virologia, microbiologia, imunologia e temas relacionados, para acompanhar o avanço da doença infecciosa conhecida como “Varíola dos Macacos”, com registros de casos em nove países.
O grupo se dedicará a analisar pesquisas científicas sobre o tema e descrever o mecanismo da infecção compreendendo quais seus sintomas e modo de transmissão. O grupo é chamado de CamaraPox MCTI e usará estrutura da chamada RedeVirus — que, entre outras tarefas, orienta o desenvolvimento de vacinas brasileiras contra a Covid-19.
— Não é momento para pânico. O que ocorre é que desenvolvemos a capacidade de mobilização rápida para acompanhar o desenvolvimento de uma doença com a Covid-19. Então, já nos reunimos de antemão para realizar pesquisas sobre essa infecção antes que um eventual caso ocorra no Brasil — afirmou ao Globo Flavio Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia e integrante do time.
Fonseca contou que há autoridades do MCTI em contato com o Ministério da Saúde para avaliar os eventuais impactos de um caso índice no Brasil. Procurada, a pasta da Saúde não comentou se há um plano de análise da doença em andamento.
O grupo montado pelo MCTI já publicou duas notas técnicas nas quais descreve os achados internacionais sobre a doença. Em uma delas, explica que a confirmação diagnóstica se dá “por testes moleculares (RT-PCR) que detectam sequências específicas do vírus em amostras do paciente”.
Os pesquisadores ainda explicam que é necessário ter cuidado ao obter essas amostras, devido ao seu alto potencial infeccioso.
O primeiro caso de Varíola dos Macacos confirmado na Alemanha é de um brasileiro de 26 anos. O jovem está isolado em uma clínica na cidade de Munique, onde foi diagnosticado. Antes disso, passou por Frankfurt e Düsseldorf, conforme comunicado do Instituto de Microbiologia da Bundeswehr, ligado às forças armadas alemãs.
A nota do instituto de microbiologia, inclusive, diz que o rapaz buscou diagnóstico médico depois de relatar sintomas da doença. Seus contactantes também estão sob investigação. Um sequenciamento genômico desse caso inicial será realizado para saber a origem da infecção.
Correio Braziliense
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