Revoltados e com os contracheques em mãos, os trabalhadores em educação da rede municipal de ensino de Juazeiro participaram de mais uma assembleia realizada no auditório da APLB Sindicato na última sexta-feira (01).
No comprovante de pagamento do salário mensal, a ausência do valor da regência, direito conquistado pela categoria há muitos anos. Essa foi a demonstração dada pela gestão Suzana Ramos de como o projeto de lei aprovado pelos vereadores de forma relâmpago no último dia 25/03 vai afetar a vida de milhares de profissionais.
Professora do município há 23 anos, Maria Ângela Torres viu sua renda cair em mais de R$ 900 com a retirada da regência. "Estamos desmotivados e o que e pior, sem perspectiva de que haja uma melhora. O orçamento caiu bastante o que atrapalha qualquer pensamento em fazer planos", desabou desanimada a professora que não se conforma em ainda ter que ouvir do governo municipal que o aumento foi de 26,51%.
Um abaixo assinado foi passado entre os professores pedindo a exoneração da secretária de educação Normeide Almeida e, junto com uma moção de repúdio lançada, mostram a firmeza do pensamento que é comum a todos os profissionais: o desejo de serem respeitados e valorizados.
Para o diretor da APLB Sindicato em Juazeiro, Gilmar Nery, o momento é de luto para a educação e a categoria não deve deixar a luta fraquejar. "Tomamos a decisão de retornar para reorganizar a luta, principalmente porque estamos vendo ataques diretos à educação. Deixamos aqui também, nosso repúdio ao prefeito de Feira de Santana que agiu com força policial contra os professores. Vivemos hoje um momento de ditadura com governos que não respeitam os trabalhadores. Professor merece respeito e o município de Juazeiro não respeita. O governo municipal está tentando convencer a sociedade que os professores estão errados e não é verdade. A revolta é grande na rede toda e se não continuarmos juntos enfraquecemos. Aprovamos um abaixo assinado e uma nota de repúdio à secretária Normeide Almeida por atacar seus colegas e retirar seus direitos", afirmou.
A APLB Sindicato acredita que o reflexo de tudo que está acontecendo já está no bolso do trabalhador, mas a hora agora é de começar a trabalhar juridicamente e mostrar tudo que há de erado na gestão da prefeita Suzana Ramos.
"Queria dizer que o TCM deveria estar preocupado com a EPIC, com as reformas, com o fato de a prefeita estar preocupada em juntar dinheiro para eleger o filho. Não houve discussão do último projeto que foi feito às escondidas porque sabiam que não íamos aceitar. Estamos aqui para discutir os problemas da educação sempre deliberando em conjunto. Na próxima semana vamos distribuir a agenda de lutas", informou Gilmar Nery.
O advogado da APLB Josenildo Barros explicou que a entidade APLB vai ser citada para se defender no prazo de 15 dias. "A greve foi legal e o TJ precisa saber dos fatos. Vamos apresentar à defesa da APLB essa liminar para que seja revogada. Com relação aos direitos suprimidos vamos analisar os casos e se for comum a todos entramos com uma medida coletiva, senão será feito de forma individual".
Ascom/APLB
2 comentários
04 de Apr / 2022 às 13h57
Só observando,que se isso acontecesse, porém não acredito que essa prefeita faça isso vez que a secretária é cabo eleitoral do BB da prefeita.
04 de Apr / 2022 às 18h34
Realmente essa gestão bateu o recorde de falta de empatia, humildade e respeito para com o servidor público. Retirar direitos adquiridos com bastante luta, dia professores era o que faltava. Será que não temos nenhum deputado para defender a classe que ajudou muitos deles estarem nos cargos? Mas pensando bem tem deputados e vereadores que não tem o ensino fundamental. Juazeiro do descaso. Impeachment já!!! Desde a prefeita à secretária de educação.