O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) atinge de 1% a 2% da população mundial e, no Brasil, aproximadamente dois milhões de pessoas. Pelos dados Center of Diseases Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, entre as crianças a proporção é de que uma a cada 44 sofra de um problema ainda pouco entendido, mas muito estudado. Por isso é que, hoje, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a ideia é chamar a atenção para as pesquisas e para a luta contra o preconceito de quem tem tal condição.
De acordo com especialistas, o diagnóstico precoce define o tratamento correto, que pode ser a chave para garantir uma melhor qualidade de vida para quem tem TEA. A médica Ana Márcia Guimarães, do Departamento Científico (DC) de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ressalta a importância de a família não protelar o reconhecimento do distúrbio por sentir-se "envergonhada".
"O diagnóstico tardio traz muitas implicações para o paciente e para a família. É um indivíduo que está comprometido nas suas habilidades sociais e atividades diárias. Descobrir tardiamente aumenta a incidência de transtornos psiquiátricos que seriam evitáveis", alerta.
Doutora em psicologia e professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Viviane Neves Legnani explica que não há um exame laboratorial ou de imagem que possa identificar o TEA. "Quando o médico pede um exame, é para descartar outra possível patologia. Por isso, temos uma dificuldade de identificar o autismo, porque ele ocorre por meio do diagnóstico clínico, da observação feita pelo profissional e dos relatos dos pais, professores e pessoas próximas", observa.
Viviane faz um alerta: há uma diferença de uma detecção precoce do TEA para um diagnóstico precoce. "Quando os pais percebem que algo está diferente, podem levar ao profissional para que se façam as intervenções necessárias, e não percam a janela de desenvolvimento do filho. Assim, com tempo, a equipe multiprofissional trabalhará para ter um diagnóstico acertado se é ou não o TEA", explicou.
Correio Braziliense Foto Agencia Brasil
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